Uma operação da Polícia Federal (PF), intitulada “Disco de Ouro”, trouxe à tona um suposto esquema de garimpo ilegal na Terra Yanomami, envolvendo personalidades do mundo artístico. O cantor Alexandre Pires, conhecido por sua trajetória na música brasileira, foi surpreendido por esta operação, segundo informou sua defesa.
Defesa alega ausência de envolvimento no esquema
Os advogados de Pires, em nota oficial, enfatizaram a surpresa do artista perante as acusações e negaram veementemente qualquer participação sua no alegado esquema. Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado do cantor, “Alexandre Pires jamais se envolveu com atividades de garimpo ou extração de minério, sobretudo em áreas indígenas”. A defesa sublinhou a respeitabilidade e a integridade da carreira artística de Pires, destacando sua importância no cenário musical do país.
Investigação revela movimentações financeiras suspeitas
A PF, por outro lado, aponta que houve movimentações financeiras suspeitas nas contas bancárias de Pires, incluindo dois depósitos de valores significativos – R$ 357 mil e R$ 1 milhão. Além disso, identificou-se uma transferência atípica de R$ 160 mil do músico para uma mineradora. Para os investigadores, tais transações sugerem que Pires pode ter ignorado a origem ilícita do dinheiro, assumindo o risco de estar envolvido em atividades criminosas.
PF: “Indícios de ignorância deliberada”
A PF enfatiza que os expressivos valores financeiros vindos de uma pessoa jurídica do setor minerador para um artista de renome nacional indicam uma possível “ignorância deliberada” sobre a origem criminosa do dinheiro, visando escapar da responsabilização penal. Este aspecto é crucial para as investigações em curso.
Contexto maior: A operação “Disco de Ouro”
Esta operação é um desdobramento de uma ação mais ampla da PF, iniciada em janeiro de 2022. Na ocasião, 30 toneladas de cassiterita extraídas ilegalmente de terras indígenas foram encontradas e apreendidas na sede de uma empresa sob investigação, preparadas para remessa ao exterior. Este caso ilustra a complexidade e a gravidade da situação envolvendo garimpos ilegais em terras indígenas no Brasil.