Em uma descoberta acidental, mineiros de carvão na Dakota do Norte, Estados Unidos, encontraram uma presa de mamute de 2,1 metros de comprimento em um notável estado de conservação. O fóssil estava em um antigo leito de córrego na área de extração mineral e conduziu a uma operação especial para sua extração.
Após o achado inicial, a área foi isolada e equipes de paleontólogos iniciaram escavações meticulosas, resultando na recuperação de mais de 20 ossos associados ao esqueleto deste mamífero pré-histórico. Entre os fósseis desenterrados encontram-se costelas, parte de uma omoplata, um dente e fragmentos da região pélvica. A qualidade da preservação dos ossos surpreendeu a comunidade científica, já que é mais comum que apenas dentes e fragmentos ósseos menores sejam resgatados em condições aceitáveis para estudo.
As peças arqueológicas, protegidas por películas plásticas durante o transporte, foram enviadas ao Laboratório de Paleontologia localizado no North Dakota Heritage Center e State Museum, em Bismarck. Está previsto um processo de limpeza e análise detalhada dos ossos, que contribuirá para a compreensão da história natural e evolutiva desses imponentes animais que caminharam pela Terra entre 2,6 milhões e 11.700 anos atrás.
Na era glaciar da América do Norte, viveram várias espécies de mamutes, entre eles o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) e o mamute colombiano (Mammuthus columbi). A identificação da espécie correspondente aos fósseis encontrados será possível após a realização de estudos mais aprofundados, que incluem testes genéticos.
O estudo de mamutes fornece insights valiosos sobre esses mamíferos extintos, que, segundo pesquisas, revelam uma proximidade genética maior com o elefante africano moderno (Loxodonta africana) do que com seu congênere asiático (Elephas maximus). Adaptações específicas como orelhas reduzidas, camadas espessas de gordura subcutânea e pelagens densas ilustram a evolução desses seres, que ao longo de um período de 700 mil anos, se modificaram para sobreviver às condições glaciais extremas.
Análises de DNA conduzidas anteriormente demonstraram, através de sequenciamento genético, que o mamute colombiano era um híbrido entre o mamute-lanoso e uma linhagem até então desconhecida dessa espécie. A presa encontrada recentemente e os ossos associados deverão enriquecer o conhecimento sobre essas criaturas pré-históricas e seu desaparecimento, o qual acredita-se estar relacionado ao aquecimento global e à pressão da caça pelos primeiros humanos.