Após a seca mais severa em mais de um século, que transformou dramaticamente a paisagem do Amazonas, o Rio Negro, crucial para a vital e única hidrovia da região, culpa de uma atividade novamente. A recuperação do rio, cujo nível afundou para um mínimo histórico de 12,70 metros em 26 de outubro de 2023, está impulsionando setores econômicos dependentes do transporte fluvial e do turismo.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o Rio Negro agora ostenta uma marca de 21,46 metros, quase o dobro daquela terrível cota em 2023. A cheia notável tem reativado vários setores econômicos que dependem significantemente de atividades como o transporte fluvial e o turismo.
No entanto, nem todos os problemas secaram. Apesar da mudança geral favorável, 62 municípios em todo o estado ainda estão lutando contra os efeitos da seca, permanecendo em estado de emergência.
A seca sem precedentes rendeu visível a mudança climática ao mundo, trazendo a tona fortes efeitos de fenômenos globais como o El Niño. As precipitações nesta região são tipicamente prodigiosas, mas com o El Niño em cena, as chuvas teimosamente se mantiveram abaixo do normal. O impacto do fenômeno é sentido sobretudo em áreas como Tabatinga no Alto Solimões, o Alto Rio Negro, e o rio Branco em Roraima, onde os níveis de água têm variado acentuadamente.
A influência desses fatores climáticos globais e suas implicações locais ainda estão sendo estudados, exigindo análises cuidadosas dos níveis dos rios durante os meses de março, abril e maio para projeções mais confiáveis no futuro próximo.
O brusco e intenso período de seca foi, sem dúvida, acentuado pelas mudanças climáticas, afetando drasticamente a vida selvagem local. Em um exemplo particularmente trágico, mais de 200 botos foram encontrados mortos no Lago Tefé, no interior do Amazonas, em razão da seca. As autoridades locais estão investigando para determinar se existem outras causas contribuintes para a alta mortalidade desses animais.
Encarando o futuro, a urgência para combater a poluição e limitar o uso excessivo de recursos naturais é inegável. Os eventos climáticos já acontecem com mais frequência e intensidade, comprometendo o ecossistema e a biodiversidade mundial, e necessitam ação imediata e consistente para sua mitigação.