Bolsonaro convoca ato na Paulista e pede que apoiadores não levem faixas ou cartazes

Bolsonaro pede que apoiadores usem verde e amarelo e evitem cartazes contra alguém em ato na Paulista, visando unir em torno de valores como família e liberdade.

No próximo dia 25 de fevereiro, um ato convocado por Jair Bolsonaro ocorrerá na avenida Paulista, onde o ex-presidente fez um pedido específico aos seus apoiadores: comparecerem vestidos de verde e amarelo, mas sem portar faixas ou cartazes contra qualquer pessoa. Bolsonaro expressou o desejo de se defender das acusações direcionadas a ele nos últimos meses, buscando, através de uma fotografia de união dos presentes, transmitir uma mensagem de união e os valores de “Deus, pátria, família e liberdade”.

Essa solicitação de Bolsonaro, ao evitar explicitamente manifestações de ódio, particularmente contra figuras como o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal, parece ser um recurso retórico com múltiplas camadas. Por um lado, propõe uma imagem de paz e unidade; por outro, especialistas interpretam como uma estratégia para se distanciar de possíveis acusações de incitação.

Historicamente, Bolsonaro tem utilizado táticas que permitem uma leitura ambígua de suas ações, especialmente em momentos de tensão política. Exemplos dessa abordagem incluem sua postura após a derrota nas eleições presidenciais, quando, apesar de se manter afastado da esfera pública e enfrentar problemas de saúde, manteve comunicação constante com seu círculo mais próximo. Esse círculo tinha ligações diretas com os acampamentos pró-governo e, conforme revelações recentes, com os organizadores dos ataques em Brasília.

O pedido de Bolsonaro para que seus apoiadores não levem faixas ou cartazes é visto, portanto, como mais um movimento calculado para preservar sua imagem e evitar futuras implicações legais, enquanto mantém sua influência sobre os atos públicos. O entorno do ex-presidente espera reunir meio milhão de pessoas no evento.