Lua se encontra com Júpiter em rara conjunção astronômica nesta quinta-feira

Lua e Júpiter prometem espetáculo celestial em rara conjunção nesta quinta, desafiando observadores ao amanhecer.

conjunção

Neste mês de fevereiro, a Lua nos ofereceu um verdadeiro passeio pelo zodíaco tecnológico do Sistema Solar, encerrando sua odisseia espacial com uma visita ao grandioso Júpiter nesta quinta-feira (15). Imagine isso como um encontro especial no céu, onde dois dos corpos celestes mais fascinantes se aproximam tanto que parecem quase se tocar. Esse fenômeno é conhecido como conjunção astronômica, uma dança cósmica entre planetas e luas que nos dá a rara oportunidade de vê-los compartilhando o mesmo pedaço de céu.

No preciso momento das 5h16, seguindo o horário de Brasília, Júpiter, o gigante gasoso do nosso Sistema Solar, parecerá fazer uma cortesia para a Lua, passando a pouco mais de 3º ao norte dela. O que torna esse evento ainda mais intrigante é o chamado “appulse”, que ocorre um pouco mais de duas horas antes da conjunção. Esse termo técnico refere-se ao ponto de mínima separação aparente entre dois objetos celestes, uma espécie de prévia antes do grande show.

Talvez você se pergunte: “Mas o que exatamente difere uma conjunção de um appulse?” Boa pergunta! Embora ambos os termos se refiram à aproximação visual entre os corpos celestes, a conjunção astronômica tem um significado mais específico. Ela ocorre no exato momento em que esses objetos alinham suas ascensões retas, ou seja, quando compartilham uma coordenada celestial similar, tornando esse encontro ainda mais especial.

Porém, tenha em mente, esse encontro entre Lua e Júpiter não será visível durante todo o dia; devido à sua posição abaixo do horizonte, este espetáculo celeste estará fora de vista nesses instantes específicos. Mas não perca a esperança! A partir das 19h, moradores de São Paulo, por exemplo, poderão apreciar Júpiter e a Lua reivindicando seu lugar no céu, visíveis até aproximadamente 22h30. Mesmo que tecnicamente não estejam mais em conjunção nesse momento, a proximidade visual entre eles será tão impressionante que não precisarão de um telescópio para serem observados – um simples par de binóculos, ou até mesmo o olhar a olho nu, será suficiente para capturar esse encontro mágico.

No espetáculo dessa noite, a Lua brilhará com uma magnitude de -11.6, enquanto Júpiter exibirá uma magnitude de -2.3, ambos cruzando a constelação de Áries. A magnitude de um objeto astronômico é uma medida de seu brilho, onde números menores indicam maior brilho. É um lembrete de quão reluzente é o nosso universo, com o Sol mantendo seu posto como o astro mais brilhante, ostentando uma magnitude aparente de -27.

Esta visita de fevereiro a Júpiter é a última parada de uma série de encontros que a Lua teve com outros planetas, incluindo Vênus, Marte, Mercúrio e Saturno. Essa sequência de encontros não é coincidência; é resultado da órbita da Lua em torno da Terra, que acontece a ser quase no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, conhecido como plano da eclíptica.

Este fenômeno celestial nos lembra da contínua dança dos planetas e como, mesmo em um universo tão vasto, podemos encontrar momentos de proximidade e conexão. A conjunção entre a Lua e Júpiter é um convite para olharmos para cima, contemplar o céu noturno e maravilhar-nos com as maravilhas do nosso Sistema Solar. É um lembrete de que, às vezes, a ciência e a astronomia nos oferecem espetáculos que rivalizam com qualquer obra de arte, incentivando-nos a explorar, questionar e admirar o universo em que vivemos.