Na última quinta-feira, uma movimentação significativa envolveu a Defensoria Pública da Bahia, a Defensoria da União e o Ministério Público Federal (MPF), com a divulgação de um comunicado que instiga um debate acerca da preservação de territórios tradicionais. O ponto central da discussão é a proposta de construção do novo Centro de Treinamento do Esporte Clube Bahia na região da Via Metropolitana, um projeto que tem gerado preocupações em relação aos direitos da comunidade quilombola do Quingoma, localizada em Lauro de Freitas.
As três instituições sugerem que seja vetada a instalação do CT nessa localidade específica, salientando a importância de proteger o território tradicional da comunidade quilombola contra possíveis impactos negativos de empreendimentos nessa escala. A recomendação enviada não apenas ao governo estadual e à prefeitura de Lauro de Freitas, mas também ao Bahia SAF, aponta para a necessidade de uma avaliação criteriosa sobre os projetos que podem afetar a área.
Segundo o documento, a solicitação formal exige uma pausa nas autorizações e licenças para projetos, obras e outras atividades que possam influenciar diretamente o território quilombola de Quingoma. A preocupação reside não apenas na preservação cultural e histórica, mas também na proteção do espaço vital para a comunidade residente. Além disso, a recomendação orienta o clube a reconsiderar a seleção do local para a construção do seu novo Centro de Treinamento, ressaltando a necessidade de escolhas que respeitem os territórios tradicionais.
Com um prazo de 15 dias para uma resposta, as partes envolvidas são instadas a considerar medidas protetivas adequadas para a região, demonstrando o esforço conjunto das defensorias e do MPF em salvaguardar o patrimônio e os direitos da comunidade quilombola.
Por trás desse diálogo entre as instituições e o clube, está a busca do Grupo City por um local adequado para o desenvolvimento do Bahia. Entre os critérios para a escolha da área, estão a melhoria logística para a equipe e a proximidade com as moradias de jogadores, comissão técnica e funcionários, evidenciando os desafios em harmonizar os objetivos esportivos com a preservação cultural e social latentes no contexto.