A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta sobre a crescente onda de hospitalizações devido a síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), atribuídas principalmente à covid-19, que agora registra aumento significativo no Centro-Sul do Brasil. Esta tendência é acompanhada de uma preocupante “cocirculação” do vírus Influenza A, o agente causador da gripe, em diversos estados. Este fenômeno ocorre em um contexto onde os vírus da covid-19 e da dengue já estão confundindo a população devido à semelhança entre seus sintomas.
Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, destaca que a simultaneidade na circulação dos vírus da covid-19 e Influenza A é especialmente alarmante, notando um aumento considerável de internações ligadas à covid-19 em estados do Sudeste e do Sul, além de alguns estados do Nordeste, como a Bahia, que evidenciam um crescimento marcante de casos de gripe.
Em resposta à situação, Gomes aconselha a população a permanecer em casa e em repouso se apresentarem sintomas de infecção respiratória. Para aqueles que precisam sair, recomenda-se enfaticamente o uso de máscaras PFF2 ou N95 para prevenir a disseminação do vírus, especialmente ao visitar unidades de saúde.
O boletim da Fiocruz revela que, nas últimas quatro semanas, os principais vírus respiratórios que contribuíram para os casos de SRAG foram a Influenza A, com 10,3% dos casos, o vírus sincicial respiratório, com 10,8%, e o Sars-CoV-2, responsável pela covid-19, liderando com 70,6%. O aumento dos casos de SRAG associados à covid-19 foi registrado em várias regiões, incluindo o Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, enquanto a combinação da síndrome com a influenza A foi mais notada na Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.