O Complexo Penitenciário da Mata Escura, localizado em Salvador, Bahia, é identificado como o local de origem do Bonde do Maluco (BDM), uma facção criminosa que se associou ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para desenvolver uma rota alternativa no tráfico internacional de drogas. Esta colaboração visa a utilização do Porto de Salvador como ponto de partida para o envio de entorpecentes para o exterior.
Desde a formação da parceria entre o PCC e o BDM em 2016, houve um aumento significativo na quantidade de cocaína movimentada através do Porto de Salvador, crescendo de 810 quilos em 2016 para um volume maior até o ano de 2020, conforme dados fornecidos pela Polícia Federal.
Em setembro de 2022, a tentativa de envio ilegal de drogas para a Europa resultou na prisão de três empregados de uma empresa operando no Porto de Salvador, com a apreensão de 165 quilos de cocaína. A cooperação entre o BDM e o PCC também inclui o transporte de armas e a transferência de membros entre diferentes estados, demonstrando um intercâmbio ativo de criminosos, especialmente evidenciado em 2018.
Além disso, o BDM, que foi fundado por um assaltante de banco falecido em 2019, tem crescido predominantemente dentro do sistema prisional baiano e se destacado pela sua violência e uso das redes sociais para disseminar imagens relacionadas a suas atividades criminosas.
O aumento da presença da facção nas ruas tem sido associado a um crescimento na violência, particularmente em áreas como o bairro de Pero Vaz, frequentemente cenário de tiroteios e conflitos, especialmente contra o Comando Vermelho.
Investigações indicam que a aliança entre o BDM e o PCC marca um novo capítulo no crime organizado, com documentos evidenciando uma colaboração intensa que facilita o tráfico de drogas e armas, além da migração de criminosos entre os estados de Bahia e São Paulo.
Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) enfatizou que as operações contra essas facções são uma prioridade, destacando esforços como a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, a contratação de novos policiais e bombeiros, além da aquisição de novos equipamentos e tecnologias de inteligência e a realização de cursos de capacitação para os efetivos.
