Medição de estresse por smartwatches e smartbands: realmente eficaz ou não passa de um indicador superficial?

Medição de estresse por smartwatches: eficaz ou limitada? Descubra o que especialistas recomendam.

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Em um mundo onde cerca de 90% da população global enfrenta problemas relacionados ao estresse, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as soluções para monitoramento e manejo dessa condição são mais necessárias do que nunca. Entre as inovações tecnológicas que prometem auxiliar nessa tarefa, os dispositivos wearable, como smartwatches e smartbands, surgem como ferramentas potenciais no cotidiano das pessoas. Com promessas de medir a frequência cardíaca, a atividade física, os níveis de oxigênio no sangue, entre outros indicadores de saúde, esses aparelhos também alegam possuir a capacidade de sinalizar níveis de estresse. Mas como isso realmente funciona e quão eficaz pode ser?

Para entender a veracidade dessa funcionalidade, é essencial comparar os métodos de medição de estresse utilizados por profissionais da saúde com aqueles implementados nos dispositivos wearables. Médicos utilizam uma variedade de exames, incluindo dosagens sanguíneas de Vitamina D, lítio e cortisol, para detectar desequilíbrios que podem indicar estresse, além de avaliarem o quadro clínico geral do paciente. Esses exames consideram as complexas interações entre diferentes sistemas do corpo, algo que um único dispositivo wearable não está equipado para fazer com precisão.

Apesar dessas limitações, smartwatches e smartbands utilizam principalmente a frequência cardíaca como indicador de estresse, assumindo que padrões irregulares ou acelerados possam sinalizar ansiedade ou estresse quando o usuário não está em movimento. Porém, esta é uma medida indireta que pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo outras condições médicas.

Especialistas, como o médico de esportes Gabriel Ganme, reconhecem que, apesar da imprecisão, esses aparelhos podem ser úteis como sinalizadores iniciais de estresse. No entanto, eles enfatizam que tais dispositivos oferecem um olhar superficial sobre o estado de estresse de um indivíduo e jamais deveriam substituir uma avaliação médica completa.

Portanto, embora a ideia de monitorar o estresse através de um smartwatch ou smartband possa parecer atraente, é importante ter em mente que esses dispositivos servem melhor como alertas iniciais. Para uma compreensão mais profunda e um tratamento adequado do estresse, o caminho mais eficaz permanece na consulta com profissionais da saúde.