Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro e coronel da reserva do Exército, expressou através de seu advogado, Luiz Eduardo Kuntz, disposição para negociar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Em declaração à CBN, Kuntz indicou que seu cliente está preparado para colaborar com as investigações, caso seja apresentada a ele tal oportunidade.
Segundo Kuntz, a disposição de Câmara para colaborar visa esclarecer questões pendentes desde sua convocação para depor em 22 de fevereiro, data em que também foram convocados o ex-presidente Bolsonaro e outros associados. O advogado assegura que a intenção é demonstrar a disponibilidade do coronel em auxiliar as autoridades, destacando a abertura para considerar qualquer proposta de delação que venha a ser oferecida posteriormente.
O contexto envolve uma complexa trama de investigações que têm, nos últimos tempos, cercado figuras próximas ao ex-presidente Bolsonaro. Entre eles, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, já compareceu para prestar depoimentos à Polícia Federal em quatro ocasiões.
Detalhes apontam que Câmara, detido na operação realizada em 8 de fevereiro, desempenhava papel relevante no monitoramento de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator de casos significativos, repassando informações a Mauro Cid. A evolução das investigações sugere um cenário de intensificação das apurações em torno de atividades associadas ao período em que Bolsonaro estava no poder.
