A IBM está atualmente passando por uma significativa reestruturação de sua força de trabalho, com um movimento ousado que envolve a demissão de trabalhadores em sua divisão de marketing e comunicação. Este passo é parte de um plano mais amplo que visa substituir cerca de 8 mil funções com tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA). Esta ação coloca a IBM na vanguarda de uma tendência crescente no setor de tecnologia, onde a automação e a IA estão se tornando componentes centrais das operações das empresas.
Nos Estados Unidos, a IBM já havia estabelecido novos critérios exigindo que os gerentes residissem a uma distância máxima de 80 quilômetros de um escritório da companhia ou de um cliente, uma política que também pode impactar o emprego daqueles que não conseguirem se adequar até a data limite estipulada. Estas medidas refletem não só uma mudança no paradigma de trabalho presencial, mas também um indicativo de futuros ajustes na estrutura organizacional.
O setor de tecnologia, de uma forma geral, tem experimentado uma série de demissões recentemente. Até o momento, estima-se que aproximadamente 204 empresas tenham demitido quase 50 mil empregados, segundo dados coletados pelo site Layoffs.fyi. A decisão da IBM é, portanto, mais um sinal de que a indústria está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela adoção de tecnologias de IA.
Por trás dessas mudanças, há também uma nota positiva em relação ao crescimento da IBM nos últimos dois anos. A receita da empresa no quarto trimestre mostrou um aumento de 4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, superando as estimativas de lucro. Esse sucesso pode ser atribuído, em parte, ao investimento em inteligência artificial, com produtos de IA generativa e Watsonx mostrando um aumento expressivo na carteira de negócios.
Apesar do crescimento, a IBM enfrenta desafios significativos, como uma forte concorrência no setor de tecnologia. O cenário se torna ainda mais complexo com a venda da unidade Watson Health para a Francisco Partners, ocorrida quase dois anos atrás, uma movimentação que reflete as contínuas adaptações da empresa às dinâmicas do mercado.
Enquanto a IBM e outras empresas de tecnologia navegam através desses tempos desafiadores, torna-se claro que a automação e a inteligência artificial não são apenas ferramentas para o futuro, mas elementos essenciais que já estão moldando o presente da indústria e do mercado de trabalho como um todo.
