Meta encerra CrowdTangle limitando acesso a dados de redes sociais e gerando polêmica sobre transparência

Meta desativará CrowdTangle em agosto, limitando análise de conteúdo online por pesquisadores e restringindo transparência.

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Em um movimento surpreendente que marcou o universo digital, a Meta, a gigantesca corporação por trás de plataformas sociais populares como o Facebook e o Instagram, anunciou o fim da CrowdTangle, uma ferramenta essencial que permitia aos usuários analisar detalhadamente o comportamento de conteúdos nas referidas redes. Desde a sua aquisição pela Meta em 2016, essa plataforma fornecia insights valiosos, especialmente úteis para jornalistas e acadêmicos, na identificação de padrões de disseminação de informações, incluindo teorias da conspiração e a propagação de notícias falsas.

A relevância da CrowdTangle ia além de simples métricas de engajamento, fornecendo uma janela para entender como certos conteúdos se tornavam virais, oferecendo assim uma compreensão mais aprofundada das dinâmicas sociais online. Contudo, segundo revelações do Wall Street Journal, essa ferramenta está com seus dias contados, prevista para ser descontinuada no dia 14 de agosto.

No lugar da CrowdTangle, a Meta promete lançar a Biblioteca de Conteúdo da Meta, acessível exclusivamente a pesquisadores e acadêmicos vinculados a instituições sem fins lucrativos. Esta mudança, contudo, exclui um grupo significativo de utilizadores anteriores: os veículos de comunicação. Ao restringir o acesso de empresas privadas à nova ferramenta, levantam-se questões acerca da transparência e da disponibilidade de informações sobre o comportamento das plataformas de mídia social.

Explorando a nova Biblioteca de Conteúdo da Meta, esta promete oferecer funcionalidades como análise de comentários públicos e pesquisa baseada em visualizações, que, em sua essência, poderiam enriquecer significativamente o potencial de pesquisa nessas plataformas. No entanto, relatos iniciais dos primeiros acessos indicam limitações consideráveis quando comparadas à versatilidade que o CrowdTangle oferecia, incluindo a ausência de dados geográficos detalhados e a impossibilidade de download de informações sobre postagens públicas.

A decisão de limitar o acesso público aos dados gera um ambiente de incertezas, escondendo potencialmente as críticas e investigações minuciosas sobre as operações dentro da corporação, uma estratégia que parece favorecer mais a Meta do que o público em geral. Essas ações ecoam as críticas direcionadas a Mark Zuckerberg, o CEO da Meta, que anteriormente já se mostrou contrário a recomendações de segurança e acusado de promover conteúdos nocivos através de suas plataformas.

O encerramento da CrowdTangle, especialmente em um período tão próximo das eleições presidenciais nos EUA, foi descrito como “incrivelmente irresponsável” por Brandon Silverman, ex-CEO e cofundador da CrowdTangle. Silverman expressou sua esperança de que o legado deixado pela plataforma possa inspirar novas regulamentações que garantam um acesso legal e permanente a dados públicos na internet, promovendo assim um gerenciamento mais responsável e colaborativo do espaço digital.