Março revela céus mágicos: observação de auroras e o raro STEVE se intensifica

Março brilha com auroras intensas devido ao efeito do equinócio, revelando céus noturnos em cores vivas.

equinócio

À medida que março se desenrola, os céus noturnos nos presenteiam com um espetáculo natural fascinante que ganha intensidade com a proximidade do equinócio outonal. Este fenômeno, que ocorre em março, abre as portas para a observação das auroras, tanto boreais quanto austrais, e do raro STEVE, enchendo o céu com cores e formas que desafiam a imaginação.

**O Equinócio e as Auroras: Uma Conexão Celestial**

O equinócio marca um momento no ano em que o dia e a noite têm a mesma duração. Durante essa época, o planeta testemunha um aumento significativo nos distúrbios geomagnéticos devido aos ventos solares. Este fenômeno é quase duas vezes mais provável de ocorrer em março, comparado a outros meses. Até mesmo jatos relativamente fracos de material solar são capazes de provocar as auroras neste período, graças ao efeito Russell-McPherron. Esse efeito cria “rachaduras” na magnetosfera terrestre, facilitando a ocorrência desses espetáculos luminosos.

Um piloto a bordo de um Boeing 787 Dreamliner sobrevoando Calgary, no Canadá, a 10 mil metros de altitude, teve a sorte de testemunhar esse fenômeno de um ponto de vista privilegiado. Ele descreve a cabine de comando como “o escritório com a melhor vista do mundo”, um sentimento que muitos de nós podemos entender apenas imaginando a visão das auroras abaixo enquanto se voa tão alto.

**As Cortinas de Luz na Noite**

Auroras são frequentemente visíveis a olho nu e aparecem como faixas de luz de cores esverdeadas, azuis, vermelhas, violetas e rosas. Elas são um espetáculo da natureza que encanta quem tem a chance de observá-las.

**STEVE: O Visitante Raro dos Céus Noturnos**

Junto com as auroras, os dias próximos ao equinócio também aumentam as chances de se testemunhar o STEVE, um fenômeno ainda mais misterioso. Embora compartilhe o céu com as auroras, o STEVE não é uma aurora tradicional. Ele se manifesta como uma estreita faixa de luz roxa com uma linha verde de luzes picotadas, algo que tem fascinado tanto os observadores do céu quanto os cientistas. Fred Hirschmann, por exemplo, teve a sorte de capturar essa maravilha enquanto jantava ao ar livre à meia-noite no Alasca. Uma rápida verificação das condições do vento solar confirmou a sua suspeita: o campo magnético do vento solar havia girado para o sul, criando uma “rachadura de equinócio” perfeita para o aparecimento do STEVE.

Diferente das auroras que dançam em faixas de cores variadas, o STEVE é mais provável de aparecer como uma única faixa de luz roxa e branca que pode se estender por centenas de quilômetros, criando um contraste deslumbrante com as luzes convencionais da aurora.

As noites de março abrem um portal para um universo de fenômenos celestiais que desafiam nossa compreensão do cosmos. Das vibrantes auroras às enigmáticas aparições do STEVE, temos a oportunidade de testemunhar a dança de luzes e cores que ocorre bem acima de nossas cabeças, um lembrete poderoso da majestosa beleza do nosso planeta e do universo ao nosso redor.