Clarinha, a mulher sem identidade que viveu em coma por 24 anos, morre em Vitória

Clarinha, internada em coma desde 2000 após atropelamento, falece em Vitória. Identidade ainda um mistério.

Clarinha

Na noite de quinta-feira, 14, em Vitória, Espírito Santo, uma mulher, internada em estado de coma por 24 anos, veio a falecer. A paciente, conhecida afetuosamente como Clarinha pelos profissionais de saúde do Hospital da Polícia Militar de Vitória, onde estava internada, foi encontrada sem documentos em 2000, após ser vítima de um atropelamento por um ônibus. Na ocasião do acidente, relatos de testemunhas indicaram que a vítima tentava se afastar de um indivíduo não identificado no momento em que ocorreu o atropelamento pelo veículo de transporte público. Devido à gravidade de seus ferimentos, Clarinha permaneceu em estado vegetativo, recebendo cuidados médicos e de enfermagem na referida unidade de saúde.

Durante o período de sua internação, houve esforços para identificar Clarinha. O Ministério Público foi contactado por 102 famílias, na esperança de que ela fosse um parente desaparecido. Destas, 22 avançaram com análise devido à semelhança nos traços físicos com Clarinha. Porém, exames de DNA realizados não confirmaram vínculo familiar em nenhum desses casos. Avalia-se que Clarinha faleceu com aproximadamente 40 anos de idade. Em continuidade às tentativas de identificação, investigações sugerem que ela poderia ser uma criança sequestrada aos 1 ano e 9 meses de idade, em Guarapari, Espírito Santo, durante as férias com sua família de Minas Gerais, em 1976. Visando investigar essa possibilidade, amostras genéticas foram enviadas à Polícia Civil de Minas Gerais.

Clarinha apresentou complicações de saúde pela manhã, caracterizadas por broncoaspiração, e acabou não resistindo. Se sua identidade não for confirmada, o sepultamento da mulher será realizado sob a classificação de “indigente”.