Nova pesquisa revela que chikungunya pode afetar o cérebro

Pesquisadores da Unicamp e outras instituições descobrem que o vírus chikungunya pode afetar o cérebro e outros órgãos.

Um estudo inovador conduzido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com outras cinco instituições acadêmicas revelou uma realidade assustadora sobre o vírus chikungunya: a capacidade de atravessar a corrente sanguínea, afetar múltiplos órgãos e causar danos significativos ao cérebro.

Os resultados da pesquisa, que foram divulgados recentemente na revista Cell Host & Microbe, marcaram a primeira vez que tais mecanismos de ação foram observados em casos fatais de chikungunya. O estudo aponta que o vírus pode penetrar na barreira de proteção do sistema nervoso central, um fato que altera profundamente o entendimento atual da doença.

Este novo entendimento sobre a natureza invasiva do chikungunya sublinha a urgente necessidade de atualizar e reforçar os protocolos de prevenção e tratamento contra o vírus. José Luiz Proença Módena, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e um dos autores do estudo, enfatiza a importância de um acompanhamento contínuo dos pacientes, mesmo após a recuperação da fase aguda da infecção.

“Isso mostra uma necessidade de acompanhar o paciente, inclusive aquele que saiu da infecção aguda, que já melhorou. É preciso acompanhar porque essas manifestações podem aparecer um tempo depois da suposta cura”, disse o professor.