Ex-comandantes ligam Bolsonaro a plano golpista revela PF

Depoimentos à PF revelam plano golpista ligando Jair Bolsonaro e ex-comandantes militares ao esquema.

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Em 22 de fevereiro, depoimentos colhidos pela Polícia Federal (PF) indicam o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma suposta trama golpista, conforme informações de ex-comandantes das Forças Armadas. O sigilo sobre esses relatos foi levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que supervisiona a investigação relacionada à trama.

Os ex-comandantes do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, relataram participação em reuniões no Palácio da Alvorada, onde temas vinculados à manutenção do poder após a eleição presidencial de 2022 foram discutidos. Nessas reuniões, foi apresentada uma minuta de decreto focada em estabelecer um Estado de Defesa no país. Freire Gomes especificou uma reunião em 7 de dezembro, onde o teor da minuta foi apresentado por Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência.

Na esfera política, o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, confirmou ter sido pressionado por Bolsonaro a questionar o resultado das urnas eletrônicas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após o segundo turno eleitoral, utilizando um relatório do Instituto Voto Livre (IVL) como base da ação. A contra-apresentação desta ação resultou em uma multa ao Partido Liberal (PL) de R$ 22 milhões por litigância de má-fé, conforme decidido pelo TSE.

Além disso, o general da reserva do Exército, Laercio Vergílio, comentou sobre a relevância da prisão do ministro Alexandre de Moraes para a “volta à normalidade” no país e mencionou uma “operação especial”, que seria embasada juridicamente na Constituição, focando na Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Vergílio confirmou o envio de mensagens planejando tal operação, mas negou o intuito de golpe ou a intenção de prender Moraes.

Outros depoimentos recolhidos pela PF negaram qualquer intuito de golpe de Estado. O general Estevam Cals Teóphilo Gaspar de Oliveira relatou uma reunião com Bolsonaro pós-eleição a pedido de Freire Gomes, descrevendo o encontro como uma oportunidade para escutar as lamentações do ex-presidente relativas à derrota eleitoral.