Tecnologia laser estilo sabre de luz inova em telescópio espacial

Tecnologia tipo "sabre de luz" revoluciona a construção do telescópio NewAthena da ESA, prometendo avanços astronômicos até 2035.

telescópio

Imagine um dispositivo que une ciência e ficção, inspirado em algo tão icônico quanto um sabre de luz. Pois bem, uma inovação tecnológica que lembra as famosas armas de luz dos filmes está fazendo um papel crucial no desenvolvimento do NewAthena, o futuro telescópio espacial da Agência Espacial Europeia (ESA). Esta tecnologia, chamada “Laser Microjet”, é um feixe de laser que trabalha em conjunto com um jato de água incrivelmente fino.

O poder desse laser não está apenas na sua precisão, que permite cortes finos e detalhados, mas também na habilidade de resfriar a área trabalhada, evitando danos causados pelo calor e garantindo um corte limpo sem contaminações ou deformações. Desenvolvido pela Synova, da Suíça, o Laser Microjet rompe com os limites da usinagem tradicional, oferecendo uma nova maneira de trabalhar materiais sem os problemas frequentemente associados às tecnologias a laser convencionais.

A utilização desta tecnologia faz parte de um esforço maior para construir componentes vitais para o NewAthena. Especificamente, a empresa holandesa cosine está aplicando o Laser Microjet para produzir lentes de raios X, uma peça central do telescópio. Graças a esta inovação, será possível criar uma lente de raios X com 2,6 metros de diâmetro, uma façanha impressionante por si só.

Os raios X possuem propriedades únicas que os tornam desafiadores para trabalhar. Eles não refletem como a luz visível em espelhos padrão e exigem uma abordagem especial para sua focalização. O NewAthena superará esses desafios utilizando óptica de poros de silício, composta por múltiplas placas de material espelhado, alinhadas com perfeição. Esta técnica, comum na fabricação de chips, representa um salto notável na capacidade de observação astronômica.

A missão do NewAthena é ambiciosa. Além de aumentar significativamente a capacidade de observação em comparação com as missões de raios X atuais — em termos de área de coleta de luz, velocidade de pesquisa, sensibilidade e resolução —, pretende responder questões fundamentais sobre a formação do universo. Entre essas questões estão os mistérios de como a matéria comum se agrupa nas estruturas cósmicas que conhecemos hoje e o papel dos buracos negros no universo.

Com lançamento projetado para 2035, o NewAthena não só promete revolucionar nossa compreensão do espaço mas também trabalhará em conjunto com o LISA, o próximo observatório de ondas gravitacionais da ESA, que tem lançamento previsto para 2037. Estas missões são peças cruciais em um quebra-cabeça maior, buscando desvendar os segredos do cosmo e a nossa posição dentro dele.