Imagine encontrar os componentes básicos para fazer coquetéis, mas não em um bar, e sim flutuando pelo espaço! Graças ao Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA, isso agora é uma realidade surpreendente. Descobertos em regiões geladas próximas a estrelas em formação, estes “ingredientes cósmicos” representam um grande avanço no entendimento espacial.
O Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do JWST foi a ferramenta chave para essa descoberta, revelando que até nas condições mais gélidas do universo, a química complexa está acontecendo. O que os cientistas acharam particularmente intrigante é a presença de moléculas orgânicas complexas (COMs) nos gelos ao redor dessas protoestrelas, despertando a curiosidade sobre sua origem.
Uma janela para o passado estelar
Estudando protoestrelas como IRAS 2A, que apresenta semelhanças com o Sol em sua juventude, os astrônomos conseguem obter insights valiosos sobre os estágios iniciais da formação das estrelas. A equipe de pesquisa sugere que as moléculas descobertas não só nos ajudam a compreender a formação estelar mas também podem acabar integrando cometas, asteroides e novos sistemas planetários.
Esta pesquisa, que será publicada na revista Astronomy & Astrophysics, foi dedicada a Harold Linnartz, um membro querido da equipe que faleceu em 2023. Esse achado não só cativa aqueles fascinados pela astronomia mas também abre um leque de possibilidades para futuras descobertas. Pode ser a indicação de que, de certo modo, as estrelas também sabem como preparar um bom coquetel!
Para Ewine van Dishoeck, coautor da pesquisa, entender a evolução dessas moléculas orgânicas no espaço, pode nos ensinar sobre a própria origem da vida e a formação de sistemas planetários, tal como o nosso. Então, quem sabe? Talvez os blocos construtores de coquetéis espaciais sejam apenas uma parte de uma receita muito mais grandiosa que o universo está preparando.
