MP da Espanha pede prisão para Luis Rubiales por beijo forçado em Hermoso

Ex-presidente da RFEF, Luis Rubiales, pode pegar 2,5 anos de prisão por beijo forçado em Jenni Hermoso durante a Copa do Mundo.

Rubiales

Nesta quarta-feira, a promotoria espanhola solicitou uma pena de dois anos e meio de reclusão para Luis Rubiales, antigo presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), referente à acusação de um beijo não consentido na jogadora Jenni Hermoso após a final da Copa do Mundo na Austrália. O episódio gerou grande repercussão e colocou Rubiales no centro de acusações de agressão sexual e coação.

Segundo o Ministério Público (MP), Rubiales não apenas perpetrou o ato, mas também tentou pressionar Hermoso a minimizar o episódio, exigindo que ela “justificasse e aprovasse” a ação contra sua vontade. O MP propôs, adicionalmente, dois anos de supervisão após a pena prisional, proibição de qualquer forma de comunicação com a jogadora por quatro anos e uma indenização de 50 mil euros.

Em um detalhamento do incidente, durante a cerimônia de premiação da Copa do Mundo de 2023, Rubiales “segurou a cabeça de Hermoso com as duas mãos e, sem seu consentimento, a beijou”. Esse ato impulsivo sem a aprovação da atleta teve consequências significativas, limitando a “paz, tranquilidade e liberdade” de Hermoso, conforme detalhado pelo MP.

Adicionalmente, a promotoria solicitou uma pena de um ano e seis meses para Jorge Vilda, ex-treinador da seleção feminina, Albert Luque, diretor esportivo da seleção masculina, e Rubén Rivera, ex-diretor de marketing da RFEF, por participação na coação. A denúncia também impõe a Rubiales e aos acusados a responsabilidade conjunta por uma segunda indenização à jogadora.

A legislação espanhola recentemente reformada considera qualquer beijo não consentido como agressão sexual. Apesar dessa definição legal, Rubiales defendeu em uma entrevista que o ato foi espontâneo, sem conotação sexual. Hermoso, por outro lado, descreveu o beijo como “inesperado” e “em nenhum momento consensual” em seu testemunho à Audiência Nacional, reiterando ter sofrido “assedio constante” após o incidente.

Após um período de negação, sob pressão governamental, judicial e da comunidade futebolística, Rubiales renunciou ao seu cargo na RFEF em setembro, argumentando sua saída como resposta a uma “campanha desproporcional” contra ele, visando preservar a candidatura da Espanha para a Copa do Mundo de 2030. A FIFA também o suspendeu por três anos, marcando um capítulo conturbado na história do futebol espanhol.