Servidores do Executivo federal estão em processo de negociação com o governo por aumentos nos auxílios alimentação, saúde e creche. A proposta atual, apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), inclui elevações significativas nos valores desses benefícios para 2024, mas sem prever um aumento direto nos salários para este ano. Como forma de protesto, uma mobilização nacional foi agendada para a próxima quarta-feira, dia 3 de abril.
As entidades representativas dos servidores buscam uma recomposição salarial que varia de 7% a 10%, dependendo do acordo anterior de cada categoria. No ano passado, o MGI propôs aumentar o auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1.000, o auxílio-saúde de R$ 144 para R$ 215 por pessoa, e o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90. Essas propostas foram formalizadas em uma reunião em 28 de fevereiro, com a próxima discussão agendada para junho.
Além disso, o governo reiterou uma oferta de aumento de 9% dividido em duas parcelas a serem aplicadas nos próximos dois anos, com a primeira parcela prevista para maio de 2025 e a segunda para maio de 2026. Com o reajuste de 9% já aplicado no ano anterior, os servidores acumulariam um aumento total de mais de 18% em quatro anos.
Durante o primeiro ano do terceiro mandato de Lula, foi concedido um reajuste linear de 9%, interrompendo um longo período sem aumentos. Para o segundo ano do governo atual, a proposta é manter os salários como estão, embora ainda existam possibilidades de ajustes na mesa de negociação.
O governo propõe reajustes que beneficiem principalmente os servidores com menores salários. Por exemplo, um aumento fixo no salário teria um impacto proporcionalmente maior para cargos com remunerações mais baixas.
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) convocou uma paralisação para o dia 3 de abril. A ação tem como objetivos defender o serviço público, protestar contra a proposta de reajuste zero para 2024, e reverter medidas adotadas pelo governo anterior que afetaram negativamente os servidores. Este movimento ressalta a insatisfação acumulada desde o governo Michel Temer, com perdas salariais reportadas de mais de 34%.