Governo Lula decide pagar metade dos dividendos da Petrobras

Em resposta à crise na Petrobras, governo Lula acerta pagamento de metade dos dividendos, cerca de R$ 20 bilhões.

(FILES) In this file photo taken on February 18, 2020 a Brazilian flag is seen during a protest against layoffs outside Brazil's state-owned oil company Petrobras headquarters in Rio de Janeiro, Brazil. - Virtually headless for over a week, Brazil´s oil giant Petrobras goes through a moment of uncertainty after the scandal of the Lava Jato (Car Wash) investigation against corruption. (Photo by CARL DE SOUZA / AFP)

Em um movimento para solucionar a crise envolvendo a Petrobras, o governo Lula decidiu liberar o pagamento de metade dos dividendos da estatal, um tema que causou tensões com Jean Paul Prates, presidente da companhia. De acordo com informações do portal g1, houve um consenso entre os ministros do governo, estabelecendo que cerca de R$ 20 bilhões em dividendos serão distribuídos.

Deste total, o governo federal deverá receber aproximadamente R$ 6 bilhões. Esses recursos são fundamentais para atingir a meta de déficit zero proposta para o ano fiscal corrente. A decisão final sobre essa medida financeira está nas mãos da assembleia da Petrobras, cujo conselho tem uma reunião marcada para esta sexta-feira (5). Entretanto, o assunto dos dividendos não consta oficialmente na agenda do encontro.

A polêmica em torno do não pagamento de dividendos extraordinários em março levou a uma desvalorização da Petrobras no mercado, com perdas estimadas em R$ 55,3 bilhões em seu valor de mercado. Essa situação colocou Jean Paul Prates em uma posição delicada dentro da estatal, levantando questões sobre sua permanência no cargo.

Prates busca dialogar diretamente com o presidente Lula para negociar sua posição na empresa, enquanto enfrenta um processo de desgaste em sua gestão. Paralelamente, discussões internas no governo apontam Aloizio Mercadante, atual presidente do BNDES, como possível sucessor de Prates na Petrobras. Caso Mercadante assuma a presidência da Petrobras, Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento, é considerado para substituí-lo à frente do BNDES.