A ministra Esther Dweck, responsável pela pasta da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, anunciou nesta terça-feira (9) uma iniciativa que visa transformar imóveis federais subutilizados em centros urbanos em habitações sociais. Esta estratégia busca aproveitar edifícios situados em áreas centrais, proporcionando acesso imediato à infraestrutura existente e minimizando os deslocamentos diários, resultando em uma melhoria significativa na qualidade de vida dos residentes.
Um exemplo dessa abordagem é o projeto Dandara, localizado no coração de São Paulo. Este edifício, que foi designado de interesse público em 2013, atualmente acolhe 120 unidades habitacionais. A transformação do Dandara em um espaço residencial foi conduzida pela Unificação das Lutas de Cortiços e Moradias, com apoio do programa Minha Casa Minha Vida Entidades. Em 2018, as famílias começaram a ocupar o edifício e, em dezembro de 2023, receberam suas matrículas individualizadas, fornecido pela Secretaria de Patrimônio da União.
A ministra Dweck enfatizou que o uso de prédios já construídos, que necessitam apenas de reforma e adaptação, pode significar uma redução considerável nos custos de produção de moradia, tornando o programa Minha Casa Minha Vida mais acessível. O caso do Dandara destaca também o papel vital dos movimentos sociais na construção e gestão de habitações sociais, uma tarefa que não está isenta de desafios, especialmente no que diz respeito à incorporação de imóveis ao patrimônio da União e à regularização dos mesmos.
Marli Baffini, síndica do condomínio Dandara, compartilhou a jornada até a concretização desse sonho habitacional. A reforma do edifício começou em 2014, mas enfrentou obstáculos financeiros e políticos, inclusive a redução de fundos após o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Essas dificuldades levaram a atrasos na conclusão da obra, que estava prevista para 2016 mas só finalizou em 2018. Marli e sua família chegaram a dormir no mezanino do prédio para garantir a segurança do empreendimento ainda inacabado. Apesar dos percalços, ela ressalta os benefícios da mudança, como maior acessibilidade a serviços e transporte, melhorando significativamente sua qualidade de vida.
“No começo, o dinheiro que vinha do Ministério das Cidades era suficiente para tocar a obra. Quando chegou no final, a Dilma [presidenta Dilma Rousseff] sofreu impeachment, aí a gente teve assim, uma diminuição da obra. Era para terminar em 2016, só foi terminar em 2018”, disse Marli.