A partir de maio, o estado de São Paulo traz uma novidade para a saúde da sua população: começará a oferecer, de forma gratuita, remédios feitos a partir do canabidiol vegetal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, atenção, não é para todo mundo. Somente quem tem receita médica poderá acessar esses medicamentos. O canabidiol, para quem não está familiarizado, vem de uma planta chamada Cannabis sativa, mais conhecida como maconha, que é, por enquanto, proibida no Brasil.
Quem pode se beneficiar?
Essa inciativa é uma mão na roda para pacientes com diagnósticos específicos, acompanhados de perto por médicos, que lutam contra síndromes raras e distúrbios neurológicos como Alzheimer, dor crônica, Parkinson e ansiedade. Uma curiosidade é que o deputado estadual Eduardo Suplicy, que trata seu Parkinson com canabidiol (embora sua dose venha de fora do SUS), foi um dos que defenderam essa proposta.
Regras do jogo
Para ter acesso aos medicamentos, será preciso uma autorização emitida pela Secretaria Estadual da Saúde, além de os remédios terem o selo de certificação da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os remédios estarão disponíveis apenas em farmácias especializadas operadas pelo governo.
Esta distribuição gratuita, na verdade, foi oficializada em dezembro do último ano, graças à aprovação de uma lei proposta pelo deputado estadual Caio França (PSB). A Anvisa vem permitindo a importação de medicamentos à base de Cannabis desde 2014 e, mais recentemente, em 2019, criou regras para a pesquisa, produção e venda desses remédios no setor farmacêutico brasileiro. Apesar desses avanços, a matéria-prima ainda vinha de fora.
Um ponto que vale destacar é que São Paulo não é pioneiro nessa iniciativa. O Espírito Santo começou a distribuir esses tipos de medicamentos pelo SUS em fevereiro deste ano, marcando um passo importante na medicina e no tratamento de diversas condições de saúde.