José Neto Cardoso da Silva, soldado da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), teve a perda de seu cargo oficializada pela corporação após ser condenado a 24 anos de prisão. Sua condenação ocorreu devido a envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo a recepção de pagamentos regulares da organização.
Em 2019, José Neto estava entre os 53 militares acusados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por atos de corrupção. Esses policiais, vinculados ao 22º Batalhão Metropolitano, supostamente aceitavam propina do PCC para ignorar atividades de tráfico de drogas na Zona Sul de São Paulo.
A acusação detalha que José Neto, junto ao soldado Mike Reno de Souza Rocha e ao cabo Rafael da Silva, conhecido como “Cabeça”, foi flagrado em interceptações telefônicas coordenando pagamentos de propina. Em uma conversa específica de 14 de abril de 2018, “Cabeça” negociava o valor da propina, demonstrando a relação contínua com traficantes.
Durante uma das operações policiais, uma mulher identificada como Karoline Pedroso de Moraes Carvalho foi presa com diversas drogas, incidente que também foi coordenado por José Neto e Mike Reno, conforme consta no registro de prisão. A conversa subsequente revela que “Cabeça” concordou em receber uma quantia reduzida por dois meses como propina.
Em outro incidente em 4 de junho de 2018, a mesma equipe exigiu um “resgate” de R$ 3 mil para liberar um traficante detido, processo também facilitado por “Cabeça”.
Esses eventos levaram à condenação de 42 militares, com penas variando de 5 a 83 anos de prisão, enquanto 11 foram absolvidos. José Neto renunciou à PMSP em 2021, e a perda de sua graduação foi um procedimento administrativo, resultando na retirada de sua patente dentro da corporação.