O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu a formalização de novos contratos de publicidade na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. A medida foi anunciada na sexta-feira, após críticas públicas feitas pelo proprietário da plataforma, Elon Musk, dirigidas ao próprio presidente e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
A justificativa para a suspensão dos anúncios foi fundamentada em diretrizes da Secretaria de Comunicação Social (Secom), que proíbem a veiculação de propagandas estatais em veículos que disseminam desinformação, conforme reportagem do Estadão.
A decisão de suspender os anúncios não possui um prazo definido para ser revista. O governo brasileiro deixou aberta a possibilidade de um bloqueio permanente à plataforma de Musk, dependendo das avaliações futuras.
De janeiro a abril deste ano, o governo federal já havia destinado cerca de R$ 654 mil à rede social para promover conteúdos de interesse público e campanhas de comunicação institucional. As informações obtidas através do Portal da Transparência indicam que seis ministérios e a Presidência da República concretizaram um total de 95 contratos com o X, sendo a Secom a entidade com maior volume de investimentos, alcançando a cifra de R$ 263 mil distribuídos em 37 contratos.
Lula também estreou sua conta na rede social BlueSky, fazendo sua primeira postagem sobre uma visita a uma planta frigorífica em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que obteve licença para exportar para a China.
A escalada do confronto entre Musk e autoridades brasileiras intensificou-se quando Musk acusou Moraes de violar a Constituição e promover censura. No domingo, Musk sugeriu que Moraes deveria ser destituído ou sofrer impeachment. Como resposta, na segunda-feira, Moraes incluiu Musk em um inquérito sobre milícias digitais, acusando-o de usar a plataforma X para fins ilícitos. Musk retrucou, chamando o ministro de “ditador” e insinuando que ele mantinha Lula sob controle.
Lula respondeu às provocações de Musk em eventos subsequentes, sugerindo que o empresário deveria investir em conservação ambiental e criticando sua falta de contribuições produtivas para o Brasil.