Em um ato corajoso e simbólico na luta contra o assédio, Byanca Brasil, a capitã do Cruzeiro, entrou em campo no último sábado, dia 13, adornada com um protesto poderoso: as tranças estampando o número 180. Este gesto marcou a partida contra o Real Brasília pelo Brasileirão Feminino de Futebol, disputada no Estádio Municipal Castor Cifuentes, em Nova Lima, Minas Gerais, que acabou em empate de 1 a 1.
O protesto de Byanca Brasil insere-se em um contexto mais amplo de movimentos similares por parte das jogadoras do campeonato, desencadeado pelas controvérsias envolvendo Kleiton Lima, técnico do Santos, acusado de assédio por dezenove jogadoras. Apesar das graves acusações, Lima foi recontratado pelo Santos na semana passada, após ter deixado o clube em setembro de 2023, quando as denúncias vieram à tona.
O cenário de repúdio ganhou mais visibilidade na rodada do Brasileirão, com protestos marcantes em outras partidas. Na sexta-feira, 12, antes do início dos jogos entre Palmeiras e Avaí, em Jundiaí, e Corinthians contra o Santos, em Santos, as jogadoras de ambos os times uniram-se em um ato simbólico, colocando a mão sobre a boca durante o hino nacional, em clara alusão ao silenciamento enfrentado.
A manifestação de Byanca Brasil e as ações conjuntas das atletas nos jogos destacam a gravidade e a urgência da luta contra o assédio no esporte, enviando uma mensagem clara de repúdio à cultura do silêncio e da impunidade.
