Em um caso raro ocorrido em Sergipe, uma mulher que havia sido declarada com morte encefálica há mais de um mês conseguiu dar à luz uma menina. O evento incomum, sendo apenas o quinto do tipo registrado no Brasil, aconteceu após um período de manutenção médica intensiva para garantir a continuidade da gestação.
No dia 17 de abril, a mulher foi atingida por disparos de arma de fogo no Bairro Lamarão, em Aracaju. Socorrida e encaminhada ao Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), a jovem teve morte encefálica confirmada em menos de uma semana após o ataque. Os médicos então empreenderam esforços contínuos por 21 dias para manter o feto, que estava com apenas 22 semanas, vivo até que o parto se tornasse viável.
Originalmente planejado para esta quinta-feira, o parto teve que ser antecipado devido a alterações observadas na ultrassonografia da paciente. Realizado por meio de cesariana, a criança nasceu prematura, com 26 semanas e pesando apenas 580 gramas. Apesar dos desafios da prematuridade, a bebê foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e tem apresentado um estado de saúde estável.
Após o parto, a família da mulher autorizou a doação de seus órgãos. Rins, fígado e córneas foram coletados e destinados a salvar vidas em outros estados do Brasil, incluindo Pernambuco e Ceará.