Anvisa endurece regras para prescrição de Zolpidem após alta no consumo

Brasil enfrenta aumento de 71% nas vendas de Zolpidem, alertando para usos extremos e mudanças nas prescrições.

Zolpidem

Alerta no aumento dos casos de consumo indevido de medicamento para insônia no Brasil

Profissionais médicos vêm observando um quadro preocupante no Brasil. Nas clínicas e hospitais, é cada vez mais comum atender pacientes que consumiram doses exorbitantes de Zolpidem, um medicamento utilizado para tratar a insônia. Relatos incluem casos onde indivíduos ingeriram de 40 a 50 comprimidos de uma vez, e, em um exemplo alarmante, um paciente chegou a tomar 300 comprimidos em apenas um dia.

O Zolpidem existe no mercado há mais de três décadas, mas seu consumo disparou recentemente, impulsionado pela facilidade em sua prescrição. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vendas desse medicamento no Brasil saltaram de 13,6 milhões de caixas em 2018 para impressionantes 23,3 milhões em 2020, um aumento de 71% em apenas dois anos. Desde então, as vendas anuais sempre superaram 20 milhões de caixas.

Medidas regulatórias tomadas pela Anvisa

Diante desse aumento e dos perigos associados ao uso inadequado desse sedativo, a situação começou a ser comparada com a crise de opioides que afeta os Estados Unidos. Isso levou a Anvisa a tomar medidas mais severas quanto à prescrição do Zolpidem. A partir de agosto, a aquisição do medicamento necessitará de uma receita do tipo B – Azul, diferente da receita de controle especial anterior, que era branca e emitida em duas vias. Essa mudança pretende controlar melhor a distribuição do medicamento e evitar abusos.

Com essas informações em mente, torna-se vital que tanto profissionais de saúde quanto pacientes estejam cientes das novas regulamentações e dos riscos associados ao uso indevido de medicamentos para insônia, como o Zolpidem. A esperança é que com regras mais rigorosas, possam ser prevenidos casos de uso excessivo que colocam a saúde dos indivíduos em grave risco.