Uma enfermeira é acusada de deixar nove pacientes deformadas após procedimentos estéticos. Marcilane da Silva Espíndola pode ser indiciada por lesão corporal gravíssima (deformidade permanente), injúria, estelionato e exercício ilegal da medicina.
Segundo informações do g1, a maioria das vítimas atendidas pela suspeita foram tratadas em uma clínica odontológica em Aparecida de Goiânia, Goiás. Posteriormente, Marcilane alugou uma casa no Setor Oeste, em Goiânia, para realizar os procedimentos estéticos, que incluíam harmonização facial, botox e up glúteos, de acordo com a Polícia Civil.
O caso veio à tona quando três mulheres denunciaram a enfermeira em julho do ano passado, levando a polícia a iniciar investigações e deflagrar a operação Salus para apurar os crimes. Após a primeira denúncia, foram solicitadas medidas cautelares, resultando no cumprimento de mandados de busca e apreensão na clínica, bloqueio de bens e valores de Marcilane, além da suspensão do exercício de atividades. Até o momento, há nove inquéritos com mais de mil páginas.
Durante os depoimentos, as pacientes relataram a falta de assistência após complicações dos procedimentos. Quando procuravam ajuda, a enfermeira minimizava a situação. Uma das vítimas contou que, ao informar Marcilane sobre seu estado de saúde, recebeu a resposta: “Você tem que aguardar. Você não entende, que não sou eu, é seu organismo. O que tinha pra ser feito, já foi feito.”
O advogado de Marcilane, Caio Fernandes, declarou ao g1 que aguarda a notificação sobre o indiciamento e a denúncia para se posicionar.
Nas redes sociais, Marcilane se apresentava como pós-graduada em dermatologia estética, oferecendo procedimentos como preenchimento labial, no nariz, lipo de papada, bronzeamento e até cursos ensinando essas técnicas. Entretanto, em depoimento à polícia, ela admitiu que não concluiu o curso.