Caso Sophia: Tio diz em depoimento que a menina quis fazer sexo com ele: “Ela me provocou”

Edilson Amorim dos Santos Filho, acusado de matar Sophia Ângelo, de 11 anos, alega que a criança o provocou sexualmente antes do crime.

Edilson Amorim dos Santos Filho, acusado de assassinar Sophia Ângelo a facadas, prestou depoimento nesta sexta-feira (31). Em um vídeo divulgado pelo Cidade Alerta, da Record TV, ele admitiu o crime e tentou justificar seu ato, culpando a criança de 11 anos, alegando que ela o teria provocado sexualmente.

“Quando ela chegou perto de casa, pediu R$ 15. Eu abri o portão, fui até minha carteira que estava em cima da mesa, peguei o dinheiro e ela já entrou. ‘Pô, me dá R$ 50 que eu deixo você fazer mais coisas’. Ela falou isso na minha cara. ‘Se você não me der esses R$ 50, eu vou falar com os caras ali’. Era só 50 metros do meu portão até eles”, relatou ele.

Quando questionado sobre o que ela diria aos “caras”, o suspeito respondeu: “Que eu estava tentando abusar dela, essas coisas. Então, ali eu já comecei a entrar em desespero. Ela jogou a mochila dela no meu sofá”.

A namorada de Edilson relatou, em depoimento, que ele foi à Igreja Universal após cometer o crime para “pedir perdão a Deus”. No mesmo dia, ele enviou uma foto na porta da igreja. Ela afirmou aos investigadores que não sabia do assassinato.

Sophia Ângelo saiu de casa por volta das 7h de segunda-feira (27) e, a partir daí, não foi mais vista. Ela estava a caminho da Escola Municipal Belmiro Medeiros, no bairro Moneró, a 20 minutos a pé de sua casa. Horas após o desaparecimento, os pais da menina conseguiram imagens dela ao lado de Edilson Amorim dos Santos Filho, de 47 anos.

O pai de Sophia mencionou que não foi informado que a menina não havia chegado à escola. “A escola não nos avisou que ela não tinha ido. Então, pensamos que ela estivesse na escola. Ele [o suspeito] desviou minha filha no meio do caminho. Eu o reconheci nas imagens e falei: ‘É o Júnior’. Minha sogra o viu mais cedo em direção ao Galeão. Reunimos todas as informações e fomos até a casa dele. Ele estava dormindo”, relatou.

Na residência de Edilson, durante uma perícia, os agentes encontraram um short que a menina usava no dia do desaparecimento, além de uma faca e uma chave de fenda torta. A ferramenta, que estava escondida, apresentava sinais de sangue. O material será analisado. Os peritos também encontraram vestígios de sangue no banheiro, detectados pelo uso de luminol, mesmo após uma recente limpeza.

O corpo de Sophia foi encontrado em uma caçamba de lixo na terça-feira (28). Edilson foi preso e confessou o crime. Conforme o delegado Felipe Santoro, ele foi preso em flagrante por estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver.

De acordo com a 37ª Delegacia de Polícia, a menina sofreu pelo menos 35 facadas na nuca, no peito, nas pernas e nas costas. O delegado afirmou que Edilson agiu com “extrema agressividade e crueldade”. O acusado é irmão da ex-madrasta de Sophia.