Medicamento evita mortes por câncer de pulmão agressivo com 60% de eficácia

Novo comprimido reduz progresso e mortes por câncer de pulmão em 60% após 5 anos, revela estudo em Melbourne.

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O câncer de pulmão, notoriamente letal, foi desafiado por um ensaio clínico pioneiro que buscava não apenas reduzir o número de mortes, mas também retardar o avanço da doença nos pacientes. A chave residia em um único comprimido capaz de suprimir a progressão e evitar óbitos em 60% dos casos após cinco anos de tratamento.

Este ensaio liderado pelo Peter MacCallum Cancer Center em Melbourne, Austrália, avaliou o uso do medicamento no câncer de pulmão ALK positivo avançado e não tratado anteriormente. Um total de 296 pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos distintos:

  • Um grupo recebeu o lorlatinibe, um comprimido administrado uma vez ao dia.
  • O outro grupo recebeu o crizotinibe, um inibidor ALK menos potente, em forma de comprimido tomado duas vezes ao dia.

O objetivo primordial era prolongar a sobrevida sem progressão da doença. Objetivos secundários incluíam a avaliação da sobrevida global e a detecção de metástases cerebrais.

Resultados sem precedentes

Após cinco anos de tratamento, os resultados foram extraordinários. 60% dos pacientes que receberam o lorlatinibe permaneceram vivos e sem sinais de progressão da doença, em contraste com apenas 8% no grupo que recebeu o crizotinibe. A redução do risco de progressão e morte foi de 81% para o grupo tratado com lorlatinibe, enquanto o risco de metástases cerebrais foi reduzido em 94%.

De acordo com o líder do estudo, o professor Ben Solomon, em entrevista ao The Guardian, “os resultados mostram como o medicamento pode ajudar não apenas os pacientes a viverem mais tempo, mas a sustentar a sobrevida sem progressão e seus benefícios por cinco anos.”

Segundo o New Atlas, estes são os dados de sobrevida mais longos já relatados para o câncer de pulmão até o momento. Os resultados foram apresentados na reunião científica anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2024 e publicados no Journal of Clinical Oncology.