O pastor Sinval Ferreira, de 41 anos, está preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) da Papuda desde 22 de maio. Ele é acusado de violação sexual mediante fraude e extorsão. O líder religioso, alvo de uma operação da Polícia Civil, fingia ser um profeta e usava supostas revelações para enganar e abusar sexualmente de seus seguidores.
Segundo a investigação da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), o pastor alegava ter visões de morte envolvendo parentes dos fiéis. Para livrá-los do perigo, ele convencia os homens a receberem sexo oral e a manterem relações sexuais com ele. Em um dos casos, o pastor chegou a engolir o sêmen de uma vítima, afirmando que isso o curaria de gastrite e feridas estomacais.
Ferreira utilizava premonições para amedrontar seus seguidores. Ele dizia que os filhos de um fiel poderiam morrer, a menos que o pai participasse de um ritual de unção no órgão sexual. O pastor ia até a casa do fiel, trancava-se com ele em um quarto, rezava e o masturbava. Durante o ato, o pastor realizava sexo oral, alegando que a ingestão do sêmen o curaria.
Os “rituais” geralmente ocorriam às quartas-feiras e domingos, após os cultos. A operação policial, batizada de Jeremias 23 em referência aos falsos profetas, revelou que o pastor usava sua influência para abusar sexual e financeiramente dos fiéis.
Em um dos casos mais graves, o pastor levou uma vítima várias vezes a um motel, alegando que sete sessões de sexo eram necessárias para salvar a vida de um filho. As sessões incluíam sexo oral, anal e intercalavam outros tipos de relação sexual. Durante as sessões de sexo anal, a vítima deveria penetrar o pastor.
As práticas abusivas ocorriam em motéis de Taguatinga e outros locais. Sempre com ameaças de morte a parentes próximos, o pastor obrigava os fiéis a manter relações sexuais com ele e com outros membros da igreja.
Uma cúmplice, uma mulher de 58 anos também pastora em Sobradinho, ajudava nas ameaças de castigo celestial e mantinha relações sexuais com os fiéis na presença do pastor. Apesar das acusações, ela ainda não foi presa.