Órgãos e estruturas adicionais no corpo humano: casos e curiosidades

Genética pode causar órgãos extras em 1% da população; costela e baço extras são comuns, enquanto três rins ou pênis são extremamente raros.

Em circunstâncias normais, o corpo humano possui a quantidade adequada de órgãos e estruturas necessárias para o funcionamento correto do organismo. Contudo, variações genéticas podem resultar no desenvolvimento de órgãos adicionais. Exemplo disso são os dentes, dedos das mãos, pés e mamilos extras, que podem surgir em alguns indivíduos.

Pesquisas anteriores indicam que até 1% da população pode nascer com dedos extras nas mãos ou nos pés, e uma porcentagem semelhante pode apresentar dentes adicionais. Mamilos extras são mais comuns, ocorrendo em cerca de 6% da população.

No entanto, essas não são as únicas variações anatômicas possíveis. Algumas pessoas podem ter ossos, órgãos ou até mesmo partes genitais adicionais sem ter consciência disso. Por exemplo, uma costela extra pode passar despercebida em exames de imagem realizados por outros motivos, embora possa, eventualmente, causar desconforto ao pressionar nervos e vasos sanguíneos. Esta compressão pode gerar dor, dormência e formigamento nos braços se ocorrer no pescoço, ou causar dores nas costas se estiver localizada na região lombar.

A presença de um baço acessório também é relativamente comum, ocorrendo em cerca de 19% a 30% das pessoas. Este baço extra geralmente se encontra próximo ao principal, mas pode, em alguns casos, ser deslocado para a região pélvica.

Em relação ao fígado, o maior órgão do abdômen composto por quatro lobos, estimativas sugerem que menos de 1% das pessoas nascem com um lobo hepático adicional. Essa condição raramente apresenta sintomas e muitas vezes é identificada apenas durante procedimentos cirúrgicos ou exames de imagem realizados por outras razões. Contudo, em raros casos, o lobo extra pode sofrer torção após um trauma, o que interrompe o suprimento de sangue e necessita de intervenção cirúrgica de emergência.

Os rins supranumerários são extremamente raros, com menos de 100 casos registrados. Contudo, uma anomalia mais comum é o “rim duplex”, encontrado em cerca de 6% da população, onde há um tubo adicional que conecta o rim à bexiga.

Outras variações anatômicas incluem anomalias genitais. Por exemplo, aproximadamente 0,3% das mulheres têm um útero duplo, o que pode implicar em um aumento do risco de complicações obstétricas como aborto, parto prematuro, parto pélvico e nado-morto. Em casos raros, ovários adicionais podem se desenvolver na parte superior do abdômen ou perto dos rins, onde podem formar tumores.

Em homens, difalia, que é a presença de dois pênis, ocorre em cerca de um em cada cinco a seis milhões de nascimentos, com cada caso apresentando variações em tamanho, forma e funcionalidade. Recentemente, houve até relatos de um caso de trifalia, onde uma criança nasceu com três pênis, embora apenas um fosse funcional para a urinação. O poliorquidismo, ou a presença de testículos adicionais, é outra anomalia que se manifesta principalmente com três testículos, sendo o terceiro geralmente localizado no lado esquerdo. Historicamente, há apenas sete relatos de pessoas nascidas com quatro testículos, e essa condição não é problemática a menos que os testículos adicionais não desçam para o escroto, o que pode aumentar o risco de câncer testicular.

Finalmente, as duplicações da bexiga são extremamente raras, com apenas 50 casos documentados.