No último domingo (9), uma jovem de 27 anos se jogou do quinto andar de um prédio de luxo na Avenida Paralela, em Salvador, para escapar das agressões de seu namorado. Em uma entrevista, Hilda, deitada em uma cama de hospital com um curativo na testa, compartilhou sua versão do caso que, felizmente, não foi fatal.
Hilda contou que as agressões começaram no sábado (8) depois que ela revelou estar grávida. Desde então, enfrentou uma série de abusos físicos e verbais. Ela pediu ao namorado para levá-la ao hospital devido a um sangramento, mas ele se recusou, acusando-a de tentar abortar e questionando a paternidade da criança. Como resultado, ela acabou perdendo o bebê.
“Estava deitada na cama quando ele me deu um soco no braço e um chute que me jogou para o outro lado do quarto. Caí no chão. Ele puxou meu cabelo e continuou a me socar. Depois disso, só piorou, com mais socos e mordidas. Fiquei apenas me defendendo, caída no chão”, relatou Hilda.
Ela tentou escapar várias vezes do apartamento, mas ele a puxava de volta, jogando-a no chão e continuando a chutá-la. “Gritei muito por ajuda, mas…”, disse a jovem, emocionada.
Segundo Hilda, seu namorado ria e a humilhava constantemente, chamando-a de diversos nomes ofensivos e dizendo que ela já estava morta. Desesperada, Hilda viu como única saída se jogar do quinto andar. Ela mencionou que seu namorado estava sob efeito de drogas durante o incidente.
“Eu não percebi se era alto ou não, só queria me salvar. Após a queda, lembro de muitas pessoas me perguntando o que tinha acontecido”, disse Hilda.
Socorrida inicialmente por uma médica que mora no condomínio, Hilda foi levada a um hospital em Salvador. Ela não sofreu fraturas graves, mas perdeu o bebê.
O suspeito, identificado como Igor Costa Campos, de 39 anos, foi preso em flagrante no domingo. A prisão dele foi convertida para preventiva após uma audiência de custódia. A defesa nega as acusações de agressão, afirmando que Igor tentou impedir Hilda de se jogar do prédio.
“Meu cliente afirma que não agrediu a vítima em nenhum momento. Pelo contrário, ele tentou evitar que ela se jogasse do quinto andar. Ele disse que ela discutiu com ele e se trancou no quarto. Em nenhum momento ele a agrediu, apenas buscou evitar as agressões por parte dela”, declarou Carlos Magnavita, advogado de Igor, em uma entrevista coletiva.