Igreja Bola de Neve afasta pastor após acusações de agressão

Pastor Rinaldo Pereira é afastado pela Igreja Bola de Neve após denúncias de agressão física e psicológica feitas pela esposa, Denise Seixas.

Antes mesmo de a Justiça de São Paulo conceder uma medida protetiva para a pastora e cantora gospel Denise Seixas contra seu marido, o pastor Rinaldo Pereira, a igreja Bola de Neve já havia decidido afastar seu líder. Conhecido como Pastor Rina, ele enfrenta acusações de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação.

No último domingo (9/6), o perfil oficial da igreja no Instagram anunciou a decisão com uma nota. O Conselho Deliberativo comunicou a decisão com “pesar e tristeza” e informou que Rina se afastaria para se dedicar a esclarecer as acusações e recuperar sua saúde e a de sua família.

A nota também indicava que o Conselho Deliberativo assumiria a responsabilidade pelo ministério durante a ausência de Rina. O grupo se comprometeu a implementar medidas para corrigir qualquer má conduta.

Confira a nota completa:

A toda família Bola de Neve,

“É com muito pesar e tristeza que nos dirigimos a vocês para tratar dos fatos que se desdobram nas últimas semanas envolvendo o Ministério Bola de Neve. O Conselho Deliberativo, junto ao Apóstolo Rina, decidiu pelo afastamento do seu fundador para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e a de sua família. A partir de agora, o Conselho Deliberativo assume a responsabilidade por todo o Ministério.

Desta forma, pedimos perdão primeiramente a Deus, a quem um dia prestaremos conta, pelas falhas e falta de atenção aos fatos apresentados.

Estendemos nossa verdade e retratação à família Bola de Neve, a qual tanto amamos, e a todos que, de alguma forma, decepcionaram-se com a condução da liderança e, também, para aqueles que um dia saíram feridos por quaisquer falhas cometidas no Ministério. Investimos nossas vidas pela cura, restauração e salvação de famílias, nunca para a destruição.

Como medidas construtivas, nos comprometemos com ações que farão com que a Igreja mantenha a integridade e a santidade da estrutura eclesiástica, entre elas estão:

– Instalação do canal de ouvidoria para catalisar possíveis falhas e má conduta, por meio do e-mail [email protected]

– Elaboração de um Conselho de Ética para apuração e deliberação a respeito de todas as irregularidades apresentadas.

– Diligência e apuração de cada caso (inclusive de foro íntimo), averiguando necessidade de afastamento ou desligamento de lideranças.

– Acompanhamento de situações apresentadas pela investigação interna.

– Reformulação do Regimento Interno para alinhar com mais clareza expectativas da congregação e evitar que eventos semelhantes aconteçam novamente.

Queremos por fim reconhecer, humildemente, que momentos assim, apesar de toda tristeza e dor, são oportunos para aperfeiçoamentos, melhorias e restruturação. Não estamos empenhados em sustentar uma placa ministerial, mas sim a Igreja, noiva de Cristo.”

Na quinta-feira (13/6), a Justiça de São Paulo aprovou uma medida protetiva em favor de Denise Seixas. Ela acusou seu marido de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação.

Em depoimento à Polícia Civil, Denise relatou diversas agressões ao longo do relacionamento, incluindo socos no rosto, uma cadeira arremessada em sua direção e ameaças para forçá-la a relações sexuais.

Como resultado, Rinaldo deve manter uma distância mínima de 300 metros de Denise, seus familiares e testemunhas do caso. Ele também está proibido de contatá-la diretamente ou por meio de terceiros.

Em comunicado à imprensa, Rinaldo Pereira negou “qualquer prática violenta” e afirmou confiar na apuração “imparcial e técnica” dos fatos pela Polícia Civil e Ministério Público.