Uma câmera de segurança flagrou o momento em que uma mulher sedada foi estuprada dentro de uma clínica de saúde mental em Camaragibe, região metropolitana do Recife. O agressor, que trabalhava como vigilante no Hospital Reluzir, localizado em Aldeia, foi registrado colocando a mão por baixo do lençol que cobria a paciente. De acordo com a família, o vigilante foi indiciado por estupro no início de junho, mas continua foragido seis meses após o crime.
Maria Eduarda Albuquerque, advogada que representa a família da vítima, explicou que a mulher, de 30 anos, estava internada na clínica para tratar uma crise de depressão. “Ela foi encaminhada para uma ala masculina devido a uma nova admissão de um paciente exaltado. Foi colocada lá para dormir, e o segurança cometeu o crime durante a madrugada. Ela estava sob medicação, mas acordada”, relatou a advogada.
As imagens mostram o vigilante uniformizado, mexendo na paciente que estava sozinha na sala, deitada em uma cama. Após tocar em várias partes do corpo da vítima, ele deixou o local. Segundo Maria Eduarda Albuquerque, a mulher relatou que fechou os olhos, desejando que o abuso terminasse rapidamente. Após o crime, a paciente permaneceu sozinha na sala, e a família só foi informada horas depois, sendo chamada à clínica na manhã seguinte.
“Além de sofrer o abuso, ela ficou sozinha, pedindo pela família, sem conseguir dormir e com medo de que o agressor retornasse. A família só foi avisada na noite de sexta-feira, para ir à clínica na manhã de sábado. É uma série de atrocidades”, destacou a advogada.
A família registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe e levou a vítima para casa, mas seu estado de saúde piorou significativamente. “Ela está internada em outra clínica agora. O trauma a desestabilizou completamente, resultando em crises graves, incluindo tentativas de suicídio. A mãe precisou tirá-la da unidade por um tempo, mas foi necessário interná-la novamente”, explicou Albuquerque.
Maria Eduarda Albuquerque afirmou que a clínica não ofereceu nenhum tipo de apoio à família. “Eles se sentiram totalmente abandonados, sem assistência ou compensação financeira para o tratamento. Solicitei uma proposta à clínica, mas a resposta foi negativa, recomendando que tomássemos as medidas legais cabíveis”, disse a advogada.
A Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído, com o vigilante sendo indiciado por estupro, e encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Em nota, a direção do Hospital Reluzir afirmou que:
- A unidade foi criada para proteger a saúde mental dos pacientes.
- A clínica é conhecida pela segurança, com câmeras em todos os setores.
- Após tomar conhecimento do caso, deu apoio à vítima e à família, e colaborou com a polícia.
- O caso foi descoberto pela manhã durante uma consulta de rotina.
- As gravações das câmeras foram verificadas imediatamente, e o caso foi encaminhado à Delegacia de Camaragibe.
- Os familiares foram chamados para conversar com a coordenação e a paciente, mas só puderam comparecer na manhã seguinte.
- O segurança, que trabalhava há dois meses no local, foi demitido no mesmo dia do crime e todos os seus dados foram repassados às autoridades.
- Lamenta profundamente o ocorrido e está à disposição da Polícia Civil e da Justiça.
Ao ser questionada sobre a natureza do vínculo do vigilante, a direção do hospital declarou que se trata de “uma questão administrativa” e preferiu não comentar.