Em 1º de julho de 1994, o Brasil adotou o Real como sua moeda oficial, substituindo o Cruzeiro Real. Desde então, a moeda completou 30 anos de circulação, atravessando diversas fases econômicas e tecnológicas. A criação do Real foi parte do Plano Real, implementado durante o governo de Itamar Franco, com o objetivo de controlar a hiperinflação que assolava o país, chegando a 3.000% ao ano na época da ditadura militar.
O Real nasceu com a proposta de estabilizar a economia brasileira. Em fevereiro de 1994, foi criada a Unidade Real de Valor (URV), um índice que serviu como uma espécie de dólar virtual para evitar a volatilidade dos preços. Em julho do mesmo ano, a URV deu lugar ao Real, que passou a ter a mesma paridade do dólar, trazendo estabilidade aos preços e reduzindo a inflação para níveis comparáveis aos de países desenvolvidos.
No entanto, a estabilidade inicial do Real não foi suficiente para impulsionar um crescimento econômico significativo. Em 1999, a moeda sofreu uma desvalorização que levou o dólar a custar mais de R$ 2. O Banco Central adotou o câmbio flutuante e um sistema de metas para controlar a inflação, práticas que permanecem até hoje.
Evolução tecnológica e modernização
Ao longo dos anos, o Real acompanhou as inovações tecnológicas. Nos anos 1990, os brasileiros ainda usavam talões de cheques e documentos de ordem de crédito (DOC). Em 2002, foi introduzida a Transferência Eletrônica Disponível (TED), facilitando transações bancárias. Com a ascensão da internet, os bancos começaram a oferecer serviços de Internet Banking a partir de 1996, e na década de 2010, os aplicativos móveis das instituições financeiras se tornaram comuns, permitindo transações bancárias pelo celular.
A popularização dos bancos digitais, que não possuem agências físicas, também transformou o cenário bancário, permitindo a abertura de contas e a realização de transações online. Além disso, surgiram serviços de câmbio digital e a possibilidade de compra de criptomoedas com reais.
Pix e Drex: a revolução das transações
Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, o Real passou por uma das suas maiores modernizações com a implementação do Pix. Diferente do DOC e do TED, o Pix permite transferências instantâneas 24 horas por dia, sete dias por semana. O sucesso do Pix foi imediato, transformando a forma como os brasileiros realizam transações financeiras.
O próximo passo na evolução do Real é o Drex, a moeda digital do Banco Central, que está em fase de testes desde 2022. O Drex promete trazer ainda mais inovação ao sistema financeiro, permitindo transações com ativos digitais e contratos inteligentes, com a mesma segurança e regulamentação do Real tradicional.
Ao longo dessas três décadas, o Real não apenas estabilizou a economia brasileira, mas também se modernizou continuamente para acompanhar as inovações tecnológicas, transformando-se em uma moeda adaptada às necessidades do século XXI.