Jair Bolsonaro declarou que continua apoiando Alexandre Ramagem na corrida para a prefeitura do Rio de Janeiro, apesar da divulgação de uma gravação feita pelo próprio Ramagem durante o mandato de Bolsonaro. O ex-presidente confirmou sua presença em um evento de pré-campanha de Ramagem, agendado para a próxima quinta-feira (18/7), na capital fluminense.
“A candidatura do Ramagem está mantida. Estaremos juntos na próxima semana, no Rio. Seguimos juntos”, afirmou Bolsonaro.
Segundo fontes próximas ao ex-presidente, a gravação, que está sob a posse da Polícia Federal, foi feita sem o conhecimento de Bolsonaro, causando irritação ao descobrir a situação. Quando questionado sobre o assunto, Bolsonaro evitou se aprofundar.
“Sobre esse áudio, muitos falam que reagi de um jeito ou de outro… Muita gente tenta falar por mim e erra. Não vou entrar nessa questão da gravação”, disse ele.
A Polícia Federal revelou a existência de um áudio, supostamente gravado por Ramagem, no qual discutiam-se irregularidades de auditores da Receita Federal no contexto da investigação sobre a rachadinha que envolvia o senador Flávio Bolsonaro. A gravação é de 2020, período em que Ramagem era o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Para Ramagem, o áudio serve como prova da “defesa do devido processo”. Já para os investigadores da PF, ele seria evidência de que a Abin foi utilizada indevidamente para proteger Flávio Bolsonaro.
O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, também apoia a candidatura de Ramagem, negando a existência de um plano B devido à pressão da Polícia Federal sobre o deputado. Após os recentes desdobramentos da investigação, Ramagem divulgou uma nota oficial:
“Com as últimas informações da operação da PF, fica evidente que desconsideram os objetivos de uma investigação, visando apenas criar conjecturas superficiais para a imprensa.
O sistema first mile, adquirido por outras 30 instituições, foi regular, com parecer da AGU. Nossa gestão foi a única a realizar controles adequados, exonerando servidores e encaminhando possíveis desvios para a corregedoria.
A PF tenta, sem sucesso, vincular o uso da ferramenta à direção-geral da Abin. Listam autoridades judiciais e legislativas para gerar alvoroço. Dizem monitoradas, mas não estão em first mile ou qualquer interceptação. Estão em conversas de WhatsApp, informações de terceiros, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade.
Não há interferência ou influência em processos relacionados ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda foi resolvida exclusivamente na instância judicial. A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou essa manifestação.
A menção ao áudio apenas reforça a defesa do devido processo, apuração administrativa e medidas previstas em lei para qualquer desvio de conduta funcional. Serei ouvido na PF para buscar a instrução devida e desconstruir qualquer narrativa.
No Brasil, uma pré-campanha da nossa oposição nunca será fácil. Continuamos focados em melhorar a cidade do Rio de Janeiro.”