Na manhã desta quarta-feira (17/7), o dólar apresentou uma valorização expressiva, sendo cotado a R$ 5,46 por volta das 11h30, representando um aumento de 0,70%. No dia anterior, a moeda americana havia encerrado o pregão em baixa de 0,30%, valendo R$ 5,42.
A alta do dólar pode ser parcialmente atribuída às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação fiscal do Brasil, feitas na terça-feira (16/7). Em suas declarações, Lula mencionou que pode não cumprir a meta fiscal caso surgissem “coisas mais importantes para fazer”. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, destacou que essa fala repercutiu negativamente no mercado, reavivando preocupações com a política fiscal do governo. “Essas declarações reacendem as incertezas dos investidores, um tema que já havia impactado os ativos domésticos em junho e que parecia estar mais calmo em julho”, comentou Lima.
Além das questões internas, o mercado também está de olho na política monetária dos Estados Unidos. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), indicou na segunda-feira (15/7) a possibilidade de redução das taxas de juros a partir de setembro. Atualmente, os juros americanos estão entre 5,25% e 5,50%, o maior patamar desde 2001, o que torna os títulos da dívida dos EUA mais atrativos para investidores e diminui o apetite por ativos de maior risco, como as ações em países emergentes, incluindo o Brasil.
Os investidores também aguardam ansiosamente os dados do “Livro Bege”, que será divulgado na tarde desta quarta-feira. Esse relatório, elaborado pelas 12 filiais regionais do Fed, traz uma análise detalhada do cenário econômico americano e pode fornecer novas pistas sobre os próximos passos do Fed em relação aos juros.