Nesta quarta-feira (1), em Medellín, a Aeronáutica da Colômbia apresentou as primeiras declarações sobre o acidente aéreo do voo que transportava os jogadores da Chapecoense para partida contra o Atlético Nacional, pela final da Copa Sul-Americana. Em entrevista coletiva, o Secretário Nacional de Segurança Aérea da Colômbia, Freddy Bonilla, afirmou que aeronave da companhia boliviana LaMia estava sem combustível no momento do choque.
"Podemos afirmar claramente que o avião não tinha combustível no momento do impacto. Uma das hipóteses com que trabalhamos é que como o aeronave não tinha combustível, os motores se apagaram e houve pane elétrica, como foi relatado pelo piloto para a torre de controle", afirmou.
Após vazamento de áudio com conversas entre o piloto do avião e a torre de controle do aeroporto José Maria Cordóva, que mostrou o desespero para pousar, em razão dos tanques estarem vazios, as primeiras conclusões das autoridades colombianas foram divulgadas.
Freddy Bonilla também afirmou que será investigada a responsabilidade pela falta de segurança, em razão da ausência de combustível suficiente, o que contraria as regras de transporte aéreo.
"Qualquer aeronave no mundo precisa ter no mínimo uma quantidade extra de reserva para aguentar 30 minutos além do tempo previsto de voo e ainda mais 5 minutos ou 5% da distância, para que assim se tenha uma segurança. Vamos investigar para saber por que a tripulação não contava com combustível suficiente", disse ele.
Sobre os boatos de que o avião ficou parado no ar por estar, supostamente, aguardando liberação na pista do aeroporto, o secretário desmentiu a afirmação e esclareceu o ocorrido.
"Às 9h41 da noite o voo da Chapecoense foi autorizado a se aproximar. Às 9h52 o avião que vinha de San Andrés e estava sem combustível, pousou na pista, após desviar seu destino. Nesse mesmo instante o voo da companhia aérea LaMia comunicou a situação de emergência", explicou.
O secretário disse que os áudios com as conversas entre o piloto Miguel Quiroga e a torre de controle foram editados e lamentou o vazamento das informações, por acreditar que isto atrapalhe o esclarecimento sobre o que realmente ocorreu no acidente.