Hariel Borges da Silva, de 18 anos, foi preso em Santos, litoral de São Paulo, após atacar o próprio avô, Oswaldi da Silva, arrancando um dos olhos do idoso. Segundo a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial, o jovem confessou ter fumado maconha momentos antes do ataque.
A Polícia Militar foi acionada por vizinhos de Oswaldi na quarta-feira (24), por volta das 15h45. Eles relataram que um homem ensanguentado havia confessado ter matado o avô em um apartamento na Rua Frei Francisco Sampaio, no bairro Aparecida. Em coletiva de imprensa, a delegada informou que avô e neto tinham uma relação próxima. A mãe do jovem, filha da vítima, revelou que Hariel havia dormido com o avô na noite anterior e urinou na cama. Ela também comentou que ele estava deprimido.
Devido ao ataque, Oswaldi perdeu um globo ocular e teve o outro gravemente danificado, podendo ficar cego. A motivação do crime pode estar ligada ao fato de que, duas semanas antes, Oswaldi descobriu que o neto estava fumando maconha, um hábito que ele desaprovava. Além disso, Hariel estava insatisfeito com o fato do avô ter seguido a vida após a morte da avó, ocorrida um ano e meio antes.
Na tarde do crime, o jovem pediu para pegar o carro do avô emprestado, mas foi recusado. Sob efeito da maconha, ele relatou ter ouvido vozes antes do ataque. Hariel agrediu o avô com socos, chegou a pegar uma faca, que depois jogou pela janela, e bateu nele com um notebook. A delegada acredita que o THC, presente na maconha, pode ter desencadeado o surto, especialmente considerando a predisposição de Hariel à esquizofrenia.
Apesar dos ferimentos graves, Oswaldi não corre risco de morte, mas permanece internado sem previsão de alta. Hariel foi preso por tentativa de homicídio duplamente qualificado e aguardará decisão judicial.
Quando os PMs chegaram ao local, encontraram manchas de sangue na porta. Oswaldi estava na sala, desfigurado e sem um olho, mas ainda conseguiu informar aos policiais que foi atacado pelo neto. Apesar das declarações iniciais, o médico constatou que não houve lesão por faca, sugerindo que a vítima se confundiu. No local, a polícia apreendeu dois celulares, isqueiros, folhas de seda, tesouras e porções de tabaco, mas não encontrou maconha.
Hariel foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde passou por avaliação psiquiátrica. O caso continua sob investigação.