Duas crianças morreram em um incêndio no povoado Gogó da Ema, zona rural de Água Branca, no Piauí. Samuel, de 5 anos, e Sofia, de 7, estavam sozinhos em casa quando as chamas tomaram conta do local na noite de sábado, 3 de agosto.
A casa de um cômodo, onde viviam com a mãe, foi rapidamente destruída pelo fogo. Ainda não se sabe a causa do incêndio. Segundo informações da TV Clube, as residências vizinhas estavam desocupadas e os pedidos de socorro só foram ouvidos por moradores mais distantes.
Francisco e Rosa, que vivem a cerca de 50 metros, foram os primeiros a ouvir os gritos de Sofia e Samuel. Eles tentaram ajudar, mas encontraram o portão trancado. “A gente não tinha como arrebentar o portão. É de ferro, tinha corrente e cadeado. Só ouvíamos os gritos deles lá dentro, ‘me ajuda, me ajuda’, e nós dizendo ‘meus filhos, se acalmem, que vamos encontrar um jeito'”, relembra dona Rosa.
Outros vizinhos chegaram para ajudar, mas não conseguiram arrebentar o portão. A situação piorou quando o telhado cedeu. “De repente, explodiu. O fogo subiu e as telhas começaram a cair. Quando isso aconteceu, não ouvimos mais os gritos deles. Gritaram até a última hora”, lamentou dona Rosa.
A família vivia na casa havia cerca de nove meses. Luzinete, a mãe das crianças, cuidava do pai doente e havia trancado os filhos para fazer o jantar dele. Menos de uma hora depois de sair, o incêndio começou.
Neto, que cedeu a casa para a família, disse que Luzinete cuidava bem dos filhos. “A comunidade está toda sentida. Eu gostava muito deles, os bichinhos eram carentes demais. Chegavam e abraçavam a gente”, lamentou.
No dia do incêndio, a Polícia Militar do Piauí foi acionada, mas ao chegar ao local, as chamas já tinham consumido quase toda a casa. Um carro-pipa da Prefeitura de Água Branca ajudou a controlar o fogo. Após o incêndio ser contido, a equipe do Samu encontrou os corpos das crianças carbonizados.
Os corpos foram encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina para exames cadavéricos e confirmação de identidade. Ainda não há previsão de liberação para o sepultamento. A mãe das crianças, em estado de choque, foi levada ao Hospital Municipal Senador Dirceu Mendes Arcoverde.
Há suspeita de vazamento de gás como causa do incêndio, mas o Corpo de Bombeiros ainda está investigando. A Polícia Civil do Piauí também está envolvida na investigação. A Prefeitura de Água Branca divulgou uma nota de pesar lamentando o ocorrido. As duas crianças eram estudantes da rede municipal de ensino.
