A análise de aproximadamente 25 mil artefatos datados da Idade do Bronze revela um sistema de pesos padronizados que sugere a possibilidade de uso de moedas naquela época. O estudo, conduzido por pesquisadores de diversas regiões da Europa, incluindo Itália, Suíça, Áustria, Eslovênia e Alemanha, propõe uma nova perspectiva sobre a circulação de metais preciosos e seu significado social.
Até o momento, os entendimentos sobre o uso do bronze e outras ligas metálicas nesse período, que se estendeu de 3.300 a.C. a 1.200 a.C., eram limitados, principalmente devido à falta de registros escritos. As descobertas arqueológicas não revelaram somente objetos valiosos enterrados ao lado de figuras de destaque, mas também indicam que comunidades comuns podem ter desempenhado um papel vital na disseminação desses metais.
Os pesquisadores sugerem que a padronização dos pesos poderia ter permitido que pequenos pedaços de bronze fossem utilizados em transações diárias, funcionando como moeda. Esse fenômeno estaria ligado a ritos religiosos e a um aumento nas interações comerciais, possibilitando o transporte de objetos metálicos por longas distâncias. Essa complexidade nas relações comerciais da época evidencia um sistema de troca que precede em muito o que é conhecido atualmente.
O estudo, publicado na revista Nature Human Behaviour, abre novas possibilidades de pesquisa sobre a forma como as sociedades da Idade do Bronze se relacionavam com os materiais disponíveis e contribui para um entendimento mais amplo do desenvolvimento econômico e social nesse período.