A Polícia Federal (PF) realizou mais uma operação na Bahia, cumprindo novos mandados de busca e apreensão no caso que investiga o deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha. O parlamentar é acusado de liderar uma milícia envolvida em lavagem de dinheiro em Feira de Santana, cidade localizada a cerca de 100 km de Salvador.
Na última sexta-feira (9), agentes da PF retornaram a Feira de Santana em uma ação conjunta com a Força Correicional Especial Integrada (Force), da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Receita Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), do Ministério Público do Estado (MP-BA).
A operação foi autorizada pela 1ª Vara Criminal de Feira de Santana, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre o uso de armas de fogo de uso restrito pela milícia. Durante a ação, foram apreendidos documentos e objetos que podem servir como provas adicionais para os crimes de posse e porte ilegal de armas, além de outros possíveis delitos.
Em nota, o deputado Binho Galinha reiterou seu “total compromisso em colaborar com as autoridades competentes” e afirmou que sempre prezou pela transparência e ética em suas ações. Ele se colocou à disposição para fornecer quaisquer informações necessárias para esclarecer os fatos e reafirmou sua crença na justiça e em um processo investigativo justo e imparcial.
Histórico da operação
Esta operação é mais um desdobramento da Operação Hybris III. Em junho deste ano, a PF já havia cumprido um mandado de busca e apreensão na residência do deputado, com o apoio da Receita Federal. A ação fez parte de um desdobramento da Operação El Patron, deflagrada em dezembro de 2023, para desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos de azar, agiotagem, extorsão e outros crimes em Feira de Santana e região.
Desde o início da operação, foram emitidos 10 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão. Entre os detidos estão oito militares, além da esposa e do filho do deputado. Também houve o bloqueio de R$ 200 mil nas contas dos suspeitos e a suspensão das atividades de seis empresas.
Em maio deste ano, na segunda fase da Operação Hybris, a PF realizou a alienação antecipada de 45 propriedades, entre urbanas e rurais, e de 245 semoventes, que agora servem como garantia para o pagamento de possíveis dívidas.
Os advogados do deputado, em nota, alegaram que ele tem colaborado plenamente com as investigações, mas afirmaram que a operação visa causar desgaste político ao parlamentar. A PF continua a apurar o envolvimento de outros suspeitos, e as penas, se os acusados forem condenados, podem ultrapassar 50 anos de prisão.