Uma estatueta de argila, com aproximadamente três mil anos, foi descoberta em um lago vulcânico no centro da Itália, a cerca de 80 km da capital, Roma. A peça, que possivelmente representa uma deusa antiga, foi encontrada nas ruínas submersas de uma vila da Idade do Ferro, conhecida como Gran Carro, conforme informado pela Superintendência de Arqueologia Belas Artes Paisagem Sul da Etrúria.
Com cerca de 15 centímetros de altura, a estatueta apresenta uma finalização rudimentar, preservando marcas das mãos de seu criador e a impressão de um tecido, sugerindo que a figura estava vestida. A descoberta foi realizada por arqueólogos da região da Etrúria em conjunto com mergulhadores da polícia, no último mês.
Gran Carro, o local da descoberta, remonta ao século 10 ou 9 a.C. e acredita-se que a vila tenha sido submersa devido a atividades sísmicas que provocaram um rebaixamento da costa leste do lago. Os pesquisadores indicam que os habitantes da vila pertenciam à cultura Villanova, uma civilização que precedeu os etruscos, datando de antes da fundação de Roma.
Desde os anos 60, o sítio arqueológico de Gran Carro tem proporcionado a recuperação de milhares de artefatos, incluindo fragmentos de madeira, objetos domésticos e joias, que oferecem uma visão sobre a organização da sociedade da Idade do Ferro. O Lago Bolsena formou-se entre 600 mil e 200 mil anos atrás a partir da atividade vulcânica do vulcão Vulsini.
Um aspecto interessante de Gran Carro é a pilha de pedras submersas conhecida como Aiola. Pesquisas recentes indicam que esta estrutura pode ter sido erguida próximo a uma fonte geotérmica, considerada sagrada pelos etruscos e romanos. Além disso, foram encontrados fragmentos de postes de madeira e cerâmica da Idade do Ferro, assim como moedas do período do imperador romano Constantino, o Grande, indicando que o local foi utilizado até o final do Império Romano.
