A discussão sobre a responsabilização dos clubes de futebol pelas ações de seus torcedores ganhou destaque em um recente episódio do podcast JusPod. Na conversa, que ocorreu na última quinta-feira (17), o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia, Pedro Casali, e o auditor Jaime Barreiros abordaram as implicações legais das condutas inadequadas nas partidas.
Os especialistas ressaltaram que os clubes devem ser responsabilizados por atos de seus torcedores. Quando um torcedor joga um objeto em campo ou comete atos de racismo ou homofobia, a penalização recai sobre o clube. “É um dever do clube conscientizar e educar o seu torcedor”, afirmaram. Eles também destacaram que, devido à possibilidade de punições, os clubes são incentivados a promover campanhas de conscientização.
Os palestrantes compartilharam casos concretos que enfrentaram durante suas atuações, incluindo incidentes graves que exigiram a intervenção do tribunal. Um exemplo citados foi o de um árbitro que foi preso em um vestiário enquanto gás lacrimogêneo era lançado no local, criando uma situação extremamente perigosa. Outro incidente notável foi quando torcedores tentaram incinerar um ônibus da equipe adversária. Segundo eles, é crucial que exista um tribunal que atue de forma ágil e firme para garantir a segurança de todos os envolvidos.
Recentemente, a situação envolvendo um torcedor do Botafogo, que fez gestos racistas em direção à torcida do Palmeiras, exemplifica as consequências dessas atitudes. O Botafogo não apenas repudiou publicamente os atos do torcedor, mas também decidiu expulsá-lo de forma indefinida do Estádio Nilton Santos.