A discussão sobre o futuro do Carnaval de Salvador tem ganhado destaque, especialmente após a edição de 2024, que atraiu cerca de 3 milhões de foliões, levantando preocupações sobre a superlotação no circuito Barra-Ondina. Em entrevista concedida ao Bahia Notícias, Fábio Almeida, sócio-diretor da Join Entretenimento, enfatizou a urgência de repensar o modelo da festa, considerando as queixas dos participantes e a necessidade de melhorias.
Almeida destacou que, embora a venda de camarotes e blocos continue estável, há um “gargalo” que precisa ser analisado. Ele mencionou que é vital refletir sobre os próximos passos do Carnaval, indicando que a estrutura atual pode não atender mais às necessidades do público. Entre os pontos levantados estão a organização dos espaços e a experiência dos foliões, que têm sentido a pressão da superlotação e a falta de atenção a aspectos tradicionais da festa.
Adicionalmente, Almeida comentou sobre a importância de dar visibilidade a novos artistas da música baiana, que ainda enfrentam dificuldades para encontrar seu espaço no mercado. Ele observou que, embora exista uma rica cena artística emergente, essa renovação não se reflete nas grandes produções do Carnaval, que continuam a priorizar nomes consagrados. A cantora Melly também se manifestou sobre a necessidade de uma transformação na música de Carnaval, ressaltando que a evolução do público exige uma adaptação na proposta artística.
Por fim, Almeida conclui que a valorização dos movimentos culturais locais, como o BaianaSystem, pode ser um caminho eficaz para revitalizar o evento. Ele enfatiza que o Carnaval deve ser uma discussão constante, não se limitando a um período específico do ano, dada sua relevância econômica e cultural para a Bahia. A necessidade de um planejamento mais estratégico e inclusivo se torna clara para garantir a continuidade do sucesso desse evento icônico.