A Justiça Federal da Bahia condenou na última quarta-feira, 18 de outubro, o ex-prefeito de Cansanção, Ranulfo da Silva Gomes, juntamente com sua esposa e filha, por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro que resultou no desvio de mais de R$ 26,5 milhões. A decisão foi proferida pelo juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador.
Ranulfo Gomes recebeu uma pena de 9 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. Sua esposa, Vilma Rosa de Oliveira, que ocupava o cargo de secretária de Saúde e atualmente é a prefeita da cidade, e a filha, Pollyana Oliveira Gomes, foram sentenciadas a 7 anos e 1 mês de reclusão. A ação foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que detalhou que os réus ocultaram a origem de bens e valores obtidos através de práticas criminosas entre 2011 e 2014.
A operação que levou à condenação, chamada “Making Of”, foi deflagrada em 2015 e investigou fraudes em contratos da prefeitura com empresas ligadas à família Gomes. Conforme apurado, as mesmas empresas frequentemente venceram licitações durante a gestão de Ranulfo, evidenciando um padrão de irregularidades.
O juiz destacou que o grupo utilizou contas bancárias de pessoas e empresas conectadas ao ex-prefeito para facilitar a lavagem de dinheiro, sem adotar medidas que dificultassem o rastreamento das verbas. Além disso, constataram-se irregularidades nos contratos firmados, como a falta de competitividade e restrições no acesso a informações de licitações, o que comprometeu a transparência dos processos.
As investigações mostraram que a máquina pública foi manipulada para favorecer o enriquecimento ilícito do ex-prefeito, sua família e seus aliados, evidenciando um sofisticado esquema de corrupção no município de Cansanção.
