Finlândia capacita detentos em Inteligência Artificial para reintegração social

Finlândia capacita detentos em atividades de IA para facilitar a reintegração social e reduzir a reincidência.

Representação artística elaborada com Inteligência Artificial de uma estação de trabalho dos presos finlandeses empregados para aprimorar precisão de IA (imagem meramente ilustrativa) Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

A crescente digitalização do mundo levanta questões sobre a inclusão de grupos marginalizados, como os presidiários. A Finlândia, reconhecida por seu sistema prisional humanitário, está abordando essa questão ao implementar atividades relacionadas à Inteligência Artificial (IA) nas prisões. O objetivo é preparar os detentos para um futuro onde a alfabetização digital será essencial.

Nos últimos dois anos, algumas prisões finlandesas têm adotado essa abordagem inovadora, permitindo que os presos se envolvam em tarefas ligadas à IA, além das atividades prisionais tradicionais. Essa iniciativa visa equipá-los com habilidades modernas, fundamentais para a reintegração à sociedade e a diminuição da reincidência.

A colaboração entre o Serviço Penitenciário Finlandês e a Metroc, uma empresa de dados de mercado, é a base desse projeto. Os detentos participam da anotação de dados, uma atividade vital para o treinamento de algoritmos de IA, especialmente em idiomas menos falados, como o finlandês.

Jussi Virnala, fundador da Metroc, explicou que a ideia surgiu de sua vivência no Ministério da Justiça, onde percebeu a possibilidade de utilizar o trabalho prisional para treinar modelos de IA na língua finlandesa, uma tarefa que é cara no mercado.

O programa oferece treinamento em construção civil e IA, com os detentos recebendo laptops e realizando tarefas simples, como verificar documentos de licenciamento. Um dos participantes, que se apresentou como Robin, decidiu se envolver para dedicar seu tempo a atividades significativas e aprender sobre IA.

Pia Puolakka, gerente do projeto “Prisão Inteligente”, destacou que o acesso dos detentos a serviços digitais é controlado para garantir a segurança dos dados. A experiência da Finlândia já despertou o interesse de outros países, que buscam implementar tecnologias emergentes em seus sistemas penitenciários.