A Operação Mata Atlântica de Pé, realizada na última sexta-feira (27), revelou a supressão ilegal de mais de 500 hectares de vegetação nativa na Bahia. Entre 16 e 27 de outubro, a operação identificou aproximadamente 300 hectares desmatados em 13 municípios, abrangendo as regiões do litoral Norte, Sul, Baixo Sul e Vale do Jiquiriçá.
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), 60% dos casos de desmatamento apresentaram indícios de irregularidade. A operação contou com a colaboração do MapBiomas, que, utilizando tecnologia de monitoramento por satélite, identificou mais de 100 alertas de desmatamento em áreas de risco. O programa Harpia, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), e a Polícia Federal também contribuíram para a fiscalização.
No extremo sul da Bahia, foram registrados 35 alertas em municípios como Canavieiras e Belmonte, resultando em embargos de mais de 370 hectares. Os responsáveis pelo desmatamento enfrentarão multas e penalidades judiciais. O promotor de Justiça Augusto César Matos destacou que mais de 90% das áreas desmatadas já estavam registradas no Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (Cefir), evidenciando a continuidade do desmatamento ilegal.
Em todo o Brasil, foram identificados 17.124 hectares de supressão ilegal, com multas que somam mais de R$ 137 milhões, o maior valor já registrado na operação. O Piauí foi o estado mais afetado, seguido por Minas Gerais e Espírito Santo.